quarta-feira, 10 de julho de 2013

Guerras assimétricas


















Líder histórico do PS escreve que a primeira missa de D. Manuel Clemente foi um “escândalo” e uma “vergonha inaceitável”. Mário Soares considera incompreensível que o novo patriarca tenha deixado que políticos presentes, entre os quais Passos Coelho e Cavaco Silva, fossem aplaudidos por, afirma, uma “claque de capangas”. Diz que receia regresso ao fascismo.

Numa guerra assimétrica, leia-se relação de tamanho, de disposição ou pontos de vista que entre si devem ter as coisas ou as partes de um todo em relação a um dado facto, as frentes são formalmente comandadas por barões que juntam forças e julgam cooperar para o engrandecimento das suas próprias causas. Na origem de tal assimetria guerreira, está o facto das armas e seu potencial serem, em regra, desproporcionadas tendo em conta as hostilidades presentes. É um mundo veloz onde as oportunidades descabidas de sentido se sucedem velozmente e depois desaparecem a um ritmo alucinante. Ainda que o truque seja apanhar cada uma delas à medida que passam, nem mesmo assim se consegue o avatar mágico que nos faça mudar para melhor. Mário Soares bem nos poderia ter poupado a mais uma tirada sem senso. Não tanto pelos políticos que pretendeu atingir, porque pouco valem, mas sobretudo porque disparou em todas as direcções, algumas delas sem inimigo à vista e, assim sendo, até parece ter-se tratado de ambição territorial. É uma mania que se lhe colou quando afinal o homem tem certamente melhor arsenal para utilizar. E já agora, o fascismo, esse jamais regressará posto que os manuais de instrução já não conseguem explicar a utilidade do produto. Como não tem nenhuma serventia, também não terá habitação em nós. Logo, não são necessárias palavras tontas! Precisamos e aplaudiremos outras.


Mário Rui