segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Quando os portugueses olharem para a folha do vencimento em Fevereiro vão entrar em “choque”


























Todos eles, os partidos, os políticos, os presidentes, os grupos de interesse, os famélicos bancos, todos eles e mais uns tantos concorreram fortemente para a era democrática do facilitismo, banharam-nos com «spots» do viver melhor, do sol e das férias, do divertimento mediático. Afinal atiraram para trás das costas as boas lições de moral. Esta gente sempre espectacularizou o mal, mas sempre de modo calculado. O fim era e é sempre o mesmo. Benesses em proveito próprio mas matreiramente sempre dizendo que em nome de uma sociedade mais justa e igualitária. Assim nos contavam a história. Os mais incautos deixaram-se embalar pela música falconizada de reles empregados de partidos que, sem grande esforço, subiram na vida. Passaram velozmente de apagadas figuras de ornamento a senadores. Esqueceram a revitalização ética que tanta falta fazia ao país, quiseram ensinar-nos que vivíamos uma época em que o dever devia ser anestesiado, que a ideia de sacrifício estava deslegitimada. Mais; juntaram a todas estas práticas a ideia de que, cada um de nós, não tinha de se dedicar a um fim superior a nós mesmos. Colaram-nos uma etiqueta onde se podia ler que os direitos subjectivos podiam dominar os mandamentos imperativos. Tolos. Tão tolos foram e são que atiraram com um país para o último estádio da sua amada cultura ética.  Exaltaram o bem-estar e os prazeres que pensavam estar a ofertar-nos mas jamais foram capazes de perceber que a sociedade civil estava ávida de ordem, de moderação e especialmente de homens com carácter. Sempre foram os grandes loucos e os maus espíritos humanos que perturbaram as nações, mas também os inumeráveis tolos que favoreceram e aplaudiram os seus desatinos e disparates, não se isentam de culpas. Parece que só um caminho resta. O da penúria. O sumário da nossa vida, volvidos tantos anos, mais se assemelha a enganos e desenganos. Só agora há uma certeza! A bandeira da falsa virtude da gentalha que nos levou à vergonha passou a ter para nós, espoliados, uma só legenda – Abstinência e Resistência. Enquanto insistirmos em chamar nomes aos de fora, esquecendo o mal que nos fizeram os de dentro, teremos que recear sempre o nosso próprio juízo.
Mário Rui