terça-feira, 10 de janeiro de 2012

A coisa vai linda.



Estava eu descansado da vida e não pensando sequer em escrever hoje no "Fogo Lento" e, eis senão quando, dou comigo a ler mais uma inspirada opinião a propósito da Maçonaria. A opinião é livre mas sempre há-de ter limites, sobretudo em relação àqueles que por direito próprio, leia-se devoção a uma causa nobre, devem ser comedidos nas opiniões que emitem.

Desta feita, o Senhor Cardeal D.Policarpo, pessoa que de resto muito estimo, pela calma, sabedoria e subtileza com que diz, resolve vir a terreiro a modos de me interromper o descanso, para também opinar sobre maçons e futebol. Uma coisa tem tudo a ver com a outra, tá visto.

Esperava sinceramente outra opinião sobre o assunto, por forma a manter uma boa imagem do Senhor Cardeal. Mas não. Desta vez desiludiu-me. Para o Senhor Cardeal Patriarca, não há necessidade de um maçon se assumir publicamente. “Não vejo porquê. A páginas tantas, também vão ter que assumir se são do Sporting ou do Benfica? Não me parece necessário.”

Ah... então não é necessário? O ponto que D. José Policarpo questiona é a eventual influência em decisões políticas: “A maçonaria, enquanto tal, ter influência directa em coisas políticas, isso está mal. Agora se são maçons, ou católicos, ou do Sporting, isso não me parece importante”. Então, mas será que só o Senhor Cardeal é que ainda não percebeu o que é isso duma sociedade secreta? Citando, Pedro Lomba, "o que leva numa democracia e numa economia de mercado, um grupo de indivíduos livres, alguns deles ricos e com poder, a pensarem que precisam de constituir uma nova organização maçónica para atingir os seus intentos? Será que precisam de uma organização com esse feitio para poderem prosperar?" De facto estes "agentes secretos" deverão andar a tratar da nossa vida, para a melhorar, claro, e a tratar da vidinha deles para se governarem.

Oh Senhor Cardeal! O Senhor fuma, isso todos sabem, mas será que o Senhor também inala? Deixe-me lá continuar a prestar-lhe alguma atenção. Não me desgoste mais. Agradeço-lhe muito.

Mário Rui