terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

O novo léxico que caracteriza o ensino básico e secundário em Portugal



O novo léxico que caracteriza o ensino básico e secundário em Portugal
 
Um ensino que promete utopias com nomes – aliás bastante adequados – como “taxas de retenção”, “diagnóstico precoce”, “intervenção específica”, “transição condicionada”, ou seja, um futuro que é aliado do nada.
E será que ninguém é capaz de dizer a este ensino, que julga ensinar, que a alegria e o êxito de, por exemplo, ler Eça, ou usar a fórmula resolvente, só vem depois do trabalho de estudar ambas as matérias? Estas é que são necessidades básicas que nunca deviam ter desaparecido por completo da nossa vida escolar. Mas os novos campeões da bisca modificadora trocaram tudo o que de bom tínhamos no que a algum ensino dizia respeito, e o resultado é este; os “reformadores” da educação ainda não perceberam que aquilo a que chamam ideias novas, são afinal ideias muito antigas mas agora completamente fora do sítio. A grande questão não consiste em saber se os alunos têm qualidade suficiente para terem direito a estudar, pois todos o têm; a questão está em saber se a escola tem qualidade suficiente para ensinar os alunos. Como está, com invenções paridas pela extravagância dos especialistas da beatice política, não tem! Nem com transições, nem com intervenções, e ainda muito menos com retenções, só lá vai mas é com progressões, o resto é esperteza saloia que só dá cabo da sabedoria!
 

Mário Rui

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segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

A nova cortina de ferro

 
 
 
 
Mário Rui
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Imagens



 
 
 
Mário Rui
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Natal é quando um homem quiser



Sexta-feira, 20 Fevereiro 2015
Maria José Morgado na RTP Informação
«Não podemos partir do princípio que há pessoas que têm um Pai Natal a descer pela chaminé, todas as semanas, a deixar sacos com dinheiro na casa das pessoas. Isso não é normal».
 
Normal, de facto, não é, mas lá que Natal é sempre que alguns homens quiserem, também é verdade. Tão fecundas são as chaminés deles que o dinheiro, defeito de cunhagem talvez, engravida repetidamente e ainda que no seu estado interessante não consiga passar todas as semanas pela chaminé, é vê-lo então, ao vil metal, no rebentar de filharada a cada mudança de data natalícia que ao longo dos dias se vai alterando, quadra sempre festejada num ideal de fortuna intrépida. São geralmente aqueles homens a quem a província os enfastia e optam pois pelo curso de violoncelo que vai abrir em país estrangeiro, em cidade elegante. E o pagode, rústico, interroga-se; «optou pela música? E está matriculado? «É a política, estúpido», esclarece o rústico bisbilhoteiro em obscena interjeição. «Portugal já não é Portugal», diz o mais matreiro dos campestres, e por aqui se fica a coisa não sem que antes lance desafio ao parceiro; «vai mais um copinho de aguardente?»

 

Mário Rui
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Solidariedade para que te quero?

 

Pelos vistos parece que já um houve um tempo em que a solidariedade se comprava com dinheiro vivo, o que, quer se queira quer não, é uma ideia muito digna de lástima se pensarmos nos que só nos deixam viver se primeiro estiver sempre o eu.(VER AQUI) Afinal a Grécia não foi assim tão amiga quanto se possa pensar; não quis fazer um “sacrifício” sem esperar uma compensação. Se justa ou injusta, não me interessa para nada, o que retenho é que é tudo uma questão de mercado. Para terem “piedade” de Portugal foi preciso que representássemos uma vantagem, e não um compromisso, pois só assim nos estenderiam a possibilidade de entrarmos na Europa. Bom, depois, a Grécia, e também nós, confiámos a vida a um cabelo e disseram-nos para não nos afligirmos pois “trabalhar cansa muito” e o cabelo podia cair. E chegados à calvície, duas ou três conclusões se podem tirar; uns, de joelhos, só devem agradecer àquele Deus em que não acreditam mas a quem pedem, com desmesurada astúcia mas também estupidez, mais e mais extensão de proventos. Outros, talvez feitos nós, ficam com mais impostos aos quais somamos moralidade, dignidade, também dificuldade, e no fim ficamos com este gosto na boca para depois regressarmos ao nosso pão e batatas. É preciso confessar que devo escrever muitas banalidades no meu diariozito, mas uma coisa tenho por certa; estou farto de gente, especialmente dessa esquerda champanhe que teima em não tomar a sério a realidade das coisas ditas e pensadas pelos que comem pão e batatas, afinal os que trabalham e não se cansam. E porquê o meu enfartamento? É simples, é que a solidariedade de que essa esquerda fala, cuja moral é o mundo da habilidade, é ela própria arte de saber acreditar nas mentiras. E viva a Grécia, o ídolo, esse mistério imprudente, que nós por cá, mesmo cortados em dois, ainda sentimos dores de dentes talvez em resultado da vossa “sensata” solidariedade com a esclerose que nos aniquila. Por muito viva que seja a alegria de estar com os amigos, é ainda mais triste a de nos irmos embora sózinhos. E pronto!

 

Mário Rui
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Troika Juncker


"Troika pecou contra a dignidade de portugueses, gregos e irlandeses. Pareço estúpido ao dizer isto, mas temos de tirar lições da História e não repetir os mesmos erros.  A Europa não pode repetir erros do passado.”
Jean-Claude Juncker  (Presidente da Comissão Europeia)
 
Ou estava calado, ou então para dizer isto só agora melhor teria sido que antes de o verbalizar se penitenciasse pelo seu desempenho enquanto Presidente do Eurogrupo. Se o tivesse feito, talvez ainda fosse a tempo de nos explicar, mesmo sem a nossa anuência, porque razão é que nesse tempo não foi capaz de fazer cair do céu uma verdade absoluta nem agir soberanamente na constelação das sinceridades. Nessa altura é que podia, e devia, ter reagido contra as inverdades e as realidades da sua época ou então inovar sobre elas. Ah, como tudo é duvidoso, como quase tudo o que foi de ontem parece ter desenvolvido estranhas ideias sobre o castigo ou o poder. Não basta dizer que os castigos são atrozes, em excesso, que não estão apoiados pelo racional, pelo funcional, quando esse dizer chega tarde e quer pôr a nu a estranheza singular de tais suplícios infligidos. Homens de visão são aqueles que não enganam quanto aos discursos, que não variam através dos tempos e das modas; mas, em cada época, passam realmente por coerentes e verdadeiros. Tentar compreender aquilo que outrem diz ou faz tarde e a más horas, é para mim um ofício de comediante. Ora, como tudo isto de comédia nada tem, ao invés é drama puro, poupe-nos senhor Junker a esses pensamentos impensados que lhe acenam ao arrependimento. Sendo tais discursos e contrições incontornáveis nesta fase do campeonato, só espero, já agora, que de futuro comece a avistar com tempo e oportunidade a verdade ‘verdadeira’ que por aí ainda virá, e nos avise e ajude na escolha do que fazer para enfrentar novo tornado. Quando se consegue, e se quer, explicitar esses acontecimentos datados e explicáveis, então temos homem, de contrário só temos ideologias enganadoras. Enfim, por mim já vou a meio caminho de mais uma desilusão! Tenha uma noite sossegada, senhor Presidente da Comissão Europeia.
 
 
Mário Rui
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Sombras que não de grey...



Sombras que não de grey...
 
 
 
Mário Rui
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domingo, 15 de fevereiro de 2015

Mickey Mouse no Carnaval de Estarreja



Com 87 anos de idade, o ancião prudente Mickey Mouse meteu pés a caminho e em surtida de rato pelos interstícios de um tapume, e pelando-se, uma vez caçada a entrada, lá veio até Estarreja. Amigo de fazer as delícias dos que foram da minha infantil geração, roedor de holofotes, humor e cinéfilas fantasias, eis que finda a travessia lá poisou entre as patinhas de veludo na tenda do Carnaval de Estarreja. Toda uma empreitada superada, o Atlântico não dá tréguas, não sem que antes se escusasse aos vivas votados ao nosso par real, atestando afinal da cor e alegria dos régios regimentos, e então só depois viria, atenta a prova de benevolência do plástico, a olhadela à vitrina carnavalesca que é de Estarreja. Ao tempo que aproveitava esse ensejo de ver coisa bem feita, lá ia tomando notas do filão de pitoresco a que assistia e em rápido pulo de tecnologia a que nunca foi habituado, mas a que teve de se acomodar, era vê-lo a remeter habilidosamente para Hollywood um rol de recreios já por cá míticos, refinados trabalhos, maravilhas que não requerem calmantes nem refrigérios. Tudo ensinamento reportado a Walt Disney, sabendo Mickey que o criador já há muito não faz criação mas que a outros deixou lição. E no fim da passeata vista e escrita em tela electrónica, lá dizia o ancião ratinho; «Walt, estejas tu onde estiveres, poisa os olhos neste contentamento, sítio onde todos vão larachando, onde todos se detêm a passar divertimento, cortejo que por fim é coroação prestada à memória de um Carnaval que é coisa estupenda, de organização tangível de cantantes, poetas febris, entrudos hilariantes, artistas de requinte» E lá voltou Mickey a Hollywood , triste de partir até terras do outro lado, na esperança de regresso a tão olímpica folia. Tinha estado no Carnaval de Estarreja, vulto que lhe havia causado surpresa, e da boa.

 

Mário Rui
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Hoje é o Dia dos Meigos. "As Time Goes By"!

 
 
Hoje é o Dia dos Meigos. "As Time Goes By"! (14-2-2015)




Mário Rui
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Dia Mundial da Rádio

 
 
 
 
Mário Rui
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Putin, o democrata



E quem se lembra de ver no cinema, há muitos anos, antes do filme começar, um magazine de actualidades chamado "Assim vai o mundo”?
Um cessar-fogo vai entrar em vigor na Ucrânia no próximo dia 15, anunciou o Presidente russo, Vladimir Putin, no fim de uma maratona negocial em Minsk.
Mais um grande democrata agora varado de preocupações que até há pouco tempo dizia desconhecer. Rússia? Putin? É curioso, mas então não eram separatistas rebeldes os culpados por desrespeito à soberania e integridade territorial ucraniana? Putin; mais uma grande tela onde está pintada uma quadrilha de aldrabões.

 

Mário Rui
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Coisas da vida



Afinal parece que há uma higiene política obrigatória que atravessa latitudes tão opostas quanto as que o parolo julgado pensador quiser. É por isso que nos fica sempre bem uma rigorosa e prévia fiscalização a propósito da “pureza” e do preço de certos banhos públicos de diversões duvidosas. Mas enfim, com a verborreia manqueira que por aí vai, já pouca coisa me convence. O que mais desejo, nestes capítulos de política saltitante, ou excitante (?), é que Deus (o meu) me livre de alianças julgadas boas mas doentias por afinal não perderem dinastia. À esquerda ou à direita, tanto se me dá. Razão têm os sensatos que dizem que a diplomacia é conduzida e dominada pela fatalidade dos factos. Venha pois o primeiro que não obedeça à trepidação desta realidade. Bom, mas do que eu gosto mesmo, é da camisa “Vitor Emanuel” do senhor Varoufakis. É a chamada escolha de meios para dar batalha. O cachecolzinho 'barato' é apenas adereço inerente à ideia de ser o senhor Varoufakis o representante carnal do povo que o envia à luta... ... ...
 
Mário Rui
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Rádio

 
 
 
 
Mário Rui
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terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Quero conservar o Calhambeque



Bandeiras a meio pau porque o carbono é uma chatice. Mais chato ainda parece ser o  seu primo, o dióxido, que feito canhão de fortaleza lá vai dando salvas de alegria posto que afinal não mais vai ter a urbe por companhia. Parte da urbe também se queixa, deplorando esta perda já que, do fumo afastada, se vê então na cauda da coisa com rodas fazendo força que leve a destino. É arte nova, dizem uns, suplício comentam outros, bílis odienta de quem patrocina estas desnutrições, rematam os demais. Vá-se lá perceber este mundo de tão diferentes lides cerebrais, sindicato de emboscadas onde o ajuizado talvez fosse o coche de assento almofadado e com janela onde vagarosamente se poderia por a cabeça de fora lançando sorriso à cidade que o vê passar. A família carbono justifica tudo e até um par de botas, o aquecimento global parece já não ser o que era, afinal a última ciência diz ser só da fumaça do charuto, e eu, caramba, entre tanta pirueta, embarco em duas porções, a de dentro e a de fora sem saber de que lado vem o fumo e para que sítio o querem levar. O que é certo, mas mesmo certinho, é que a avioneta ainda cospe óleo seboso, o avião ainda chispa mau génio, a fábrica ainda expele indelicadezas e até quando se abre o curro o toiro espirra. Isto, para já não falar do comboio que lança confissões terríveis aos carris. Bom, acho que me resta almoçar uma esperança de compreensão que me encha o tino e me explique as peripécias históricas do avanço científico. Quero conservar o Calhambeque Bi Bidhu! Bidhubidhu Bidubi!..
"Bem! Vocês me desculpem
Mas agora eu vou-me embora
Existem mil garotas
Querendo passear comigo
Mas é por causa
Desse Calhambeque
Sabe!
Bye! Eh! Bye! Bye!
Arrãããããããããmmmm!” (Roberto Carlos)
 
 
 
Mário Rui
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domingo, 1 de fevereiro de 2015

Homenagem - O CDE ganhou, ‘Nelsinho’



E se cansado eu estivesse das coisas por que luto mas também das que não dão lida, jamais das primeiras me faria estranho posto que em tão desesperada luta em que alguns se vão, deles me ficam suas consciências invioláveis. Imaculadamente votado aos outros, era ver-lhe o riso e a sabedoria para cada efeito cénico da vida, destilando palavras amigas que repercutiam sinceridades. Era assim o ‘Nelsinho’, e hoje veio-me à memória o cortesão que ele foi, fecundo de afectos e boas graças, simples como são os que dão prova de aptidões singulares. Em resumo, para se ser alguma coisa cá na terra, é indispensável ser-se simples! E o CDE ganhou, Nelsinho! Foi mais um golo de uma pegajosa alegria que sei interessar-te, golo feito em desenho que se arroga teu pois foi marcado por todos nós, só para ti. Vês como não me canso das coisas por que luto? Um abraço.
 
 
Mário Rui
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Sussurro Descuidado


 
 
Uma, duas ou três nostalgias que embirram com a sombra dos dias cinzentos de chuva. Cinzentos que de nada servem para crestar a vida e lá caem as folhas secas que o vento desprega dos ramos. Às vezes são lufadas do nordeste, sopros de maus instintos, e é aí que mais toca a necessidade de um furor de aventuras, ânsia de que se fazem os gozos dos dias abertos e quentes. Chuva não é coisa que espicace curiosidades e frio também só serve para penetrar carnes. Nada disto é enlevo e só faz dos dias causa rasa de quietação plena chocada pela sinceridade do agreste que não ajuda à impaciência. Inverno, é coisa séria. Olhos no chão, mordidela no lábio e lá vamos como quem reflecte no cair da tarde, sítio onde o Sol não aparece, não mergulha no mar e cerco onde a sua grande riqueza de pinturas não sobressai. Valha-nos aquela música onde se pode lamber mel. Poeta? Não! Só raios quiméricos, galhos de uma faina de fortuna que tarda em chegar, quando muito também morna modorra de noite que se apresta afogando-nos a face no desaforo escuro e frio de invernosa desafinação. E depois? Bom, talvez amanhã haja arraial de baladas candentes, faço os meus arranjos e para lá devo ir.


Mário Rui
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