segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Solidariedade para que te quero?

 

Pelos vistos parece que já um houve um tempo em que a solidariedade se comprava com dinheiro vivo, o que, quer se queira quer não, é uma ideia muito digna de lástima se pensarmos nos que só nos deixam viver se primeiro estiver sempre o eu.(VER AQUI) Afinal a Grécia não foi assim tão amiga quanto se possa pensar; não quis fazer um “sacrifício” sem esperar uma compensação. Se justa ou injusta, não me interessa para nada, o que retenho é que é tudo uma questão de mercado. Para terem “piedade” de Portugal foi preciso que representássemos uma vantagem, e não um compromisso, pois só assim nos estenderiam a possibilidade de entrarmos na Europa. Bom, depois, a Grécia, e também nós, confiámos a vida a um cabelo e disseram-nos para não nos afligirmos pois “trabalhar cansa muito” e o cabelo podia cair. E chegados à calvície, duas ou três conclusões se podem tirar; uns, de joelhos, só devem agradecer àquele Deus em que não acreditam mas a quem pedem, com desmesurada astúcia mas também estupidez, mais e mais extensão de proventos. Outros, talvez feitos nós, ficam com mais impostos aos quais somamos moralidade, dignidade, também dificuldade, e no fim ficamos com este gosto na boca para depois regressarmos ao nosso pão e batatas. É preciso confessar que devo escrever muitas banalidades no meu diariozito, mas uma coisa tenho por certa; estou farto de gente, especialmente dessa esquerda champanhe que teima em não tomar a sério a realidade das coisas ditas e pensadas pelos que comem pão e batatas, afinal os que trabalham e não se cansam. E porquê o meu enfartamento? É simples, é que a solidariedade de que essa esquerda fala, cuja moral é o mundo da habilidade, é ela própria arte de saber acreditar nas mentiras. E viva a Grécia, o ídolo, esse mistério imprudente, que nós por cá, mesmo cortados em dois, ainda sentimos dores de dentes talvez em resultado da vossa “sensata” solidariedade com a esclerose que nos aniquila. Por muito viva que seja a alegria de estar com os amigos, é ainda mais triste a de nos irmos embora sózinhos. E pronto!

 

Mário Rui
___________________________ ___________________________

Sem comentários: