terça-feira, 18 de junho de 2019

Terça à noute no cinema d'avenida

 
Filmes Castello Lopes apresenta: "Assim vai o mundo"
Terça à noute no cinema d'avenida
 
Atlético paga 120 milhões, Porto encaixa 1,3. Padre tira foto em cuecas, o outro faz exorcismo dedilhando, friccionando e, às vezes, metendo. Merkel treme em directo. O planeta afinal não aqueceu. Constâncio não mentiu - diz ele. Homens sofrem depreciação, mulheres são um género de primeira necessidade e já não se dão as boas-noutes a toda a gente. Há porrada em Hong-Kong e degelo na Gronelândia. E quanto mais a luz da EDP sobe, menos se vê. O exame de português correu assim-assim e felizmente já é conhecida a chave do euromilhões. O Zé Povo não nada em notas do Banco de Portugal e no S.João um bocado de fêvera custa os olhos da cara. Entrementes, Rui Rio diz que sim e mais que também. Junker, da UE,YÉ, YÉ, vai-se recolher a uma clausura mística de adega e Platini foi convocado para driblar na prisão por abundância de zelo social. Chiça, é dose. E não se te ponham os cabelos em pé porque a verdade é que, tirando os sacerdotes, e mesmo esses poucochinho, regista-se em todas estas novas um gravíssimo defeito: é a mais completa e desoladora ausência de pornografia! Se também presente nesta sala de cinema que de mudo não tem nada, nós não faltaríamos a tal longa-metragem, dando assim o nosso apoio visual, só, mesmo tratando-se de notícias curtas de perna.
E perguntávamos nós ao ‘Arnesto’: o filme d’hoje é bom?
E respondia o 'Arnesto'- do cinema da minha terra - quando ia à Estação da CP levantar a bobine do dia e a carregava avenida acima no carrinho de mão, já esfalfado de tanto empurrar:
 
- f*****e, a ‘pelíncula’ d´hoje é pesada como o c*******o…
Tinha razão, o visionário 'Arnesto'. Era como as de agora. Saudades dele.

 

Mário Rui
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Simples servos da obsessão ou como se os outros simplesmente não existissem?

 
De facto, há uma vida social que clama por uma boa quantidade de fingimento. E é pena que muita da moderna tecnologia deixe abundante gente contente pelo facto dessa vida ser apenas uma coisa após outra e, muitas vezes, lamentavelmente, feita só de teclas e visores.
 
“Num dos mais exaustivos estudos sobre os efeitos das redes sociais, as universidades de Stanford e Nova Iorque concluíram que fazer menos uso das redes melhora a saúde mental, a sociabilidade e o ânimo das pessoas. O estudo acompanhou mais de 2.800 voluntários que se submeteram a diversos testes, e revelou que “a desconexão melhorou a sensação de felicidade e satisfação, reduziu os níveis de ansiedade e depressão”. Os que suspenderam o uso dedicaram mais tempo aos amigos e aos familiares. Voltando à normalidade depois dos testes, os usuários diminuíram espontaneamente, em 23%, o tempo que dedicavam à rede social”.
 
 
Mário Rui
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"O Concelho de Estarreja" - edição de Junho 2009

 
 
Mário Rui
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