quarta-feira, 21 de março de 2018

Por aí

 
 
 
Mário Rui
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'ABANDONO'

 
"Só os mortos não voltam. Dava tudo no mundo para os tornar a ver, e não há lágrimas no mundo que os façam ressuscitar". (Raul Brandão – in “Memórias”)
É triste saber que 'ABANDONO' é a palavra do ano de 2017. Não é outra, não, e essa é deplorável! Tirando a redacção política, leia-se prosápia vária de quem manda, de quem obedece, de quem devia ter feito e não fez, onde se agrega o pior de cada coio falante mas nunca actuante, 'ABANDONO' foi, é, o resultado de uma mão cheia de tolices vindas de gente menor. Mais, 'ABANDONO' é o corolário da piolheira de irresponsáveis que fazem vida de aguardar lugares importantes, e enquanto esperam por eles, tagarelam, tagarelam inexactidões lançando borda fora a anarquia interior do que dizem mas não fazem. No mais das vezes a única influência que têm sobre os acontecimentos tragicamente vividos pelos ABANDONADOS, consiste em adaptação parodiada da linguagem que empregam nos palcos que ainda lhes dão visibilidade. À guisa de plano dito pensado, organizado e prudente, mais não fazem senão deixar ambiguamente à desorientação a escolha dos meios e dos métodos para levar a cabo boa empreitada. É isto o 'ABANDONO'!

 

Mário Rui
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Dias incompletos


Dias incompletos (Dia do Pai-19 Março 2018))
E se hoje não sou inteiramente insensível ou mesmo ignorante, devo o pouquíssimo que sou à perseverança de quem me ensinou a ser. Por cima desse mérito, dele, reconheço-lhe ainda o de meu inspirador para acorrer às necessidades da vida. Chega-me para que tome como extraordinário o lucro que me sobrevive de tão grande companhia. Resistirá o tempo que há-de ficar a medir a extensão das minhas boas recordações. Ainda que seja à hora do poente, enlaço-o porque algumas eternidades também fecundam memórias.
 

Mário Rui
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