sexta-feira, 2 de outubro de 2015

O que vamos ter no próximo domingo

 
O que vamos ter no próximo domingo, eu não sei. O que tenho como certo, eu sei. Será um rol impressionante de vitórias vindas de quase todos os quadrantes políticos , em alguns casos não mais que uma fleumática conquista, noutros uma colérica celebração de sucesso,  haverá ainda delirantes triunfos que irão variar em função  das suas próprias mesclas e finalmente teremos também inclinações de êxito por banda dos que não ganhando nada, sempre entendem estar no pódio. De entre todos estes modos triunfais de festejo, alguns poderão ser frios e secos, outros quentes e secos, mas em suma far-se-ão transversalmente mais espessos e convictos de modo a tornar o amargo em doce e o doce em mel. E da atitude de tantos e tão diversos humores resultarão sem dúvida muitas futuras vigílias, pensamentos inquietos, sonhos realizados ou por realizar, no fundo esta diversidade de vitórias produz outra tanta diversidade de efeitos. Mas não importa nada este destino pois que jogo ganho por todos, mesmo sendo estranho e produzindo várias formas de loucura e alucinação, há-de ser coisa da qual se falará no seu devido lugar, isto é, no nosso futuro quotidiano de incertezas e dúvidas quanto aos remédios e curas que nos serão aplicadas. É muito difícil – confesso – poder discernir de onde provêm tantas vitórias, as naturais e sobretudo as sobrenaturais, mas lá que elas existem, existem. É talvez por isso que o meu coração está agitado, custa-me muito entender gente possuída!
 
 
Mário Rui
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Os 50 anos da Escola Industrial de Estarreja


E como este ano se comemora o 50.º aniversário da fundação da Escola Industrial de Estarreja, aqui estou hoje a falar dela e a deixar-vos um pequenino testemunho do que foi, lembrando uma velha foto que retrata gente de então, tudo colegas de qualidades requintadas que só podem ser preservados pelo manuseio delicado das suas recordações. Se eu pudesse lesar o tempo mas sem matar aquilo que é eterno, voltaria hoje aos bancos dessa Escola pois tenho a certeza de que teria mais a ganhar do que a perder. Com esta turma, a 5.ª, de 1965/66, e com as restantes cinco, a quem igualmente aponto o dedo inteirinho de agradecimentos pelo bem de costumes e parcerias amigas que imortalizaram, fiéis companheiros, elas e eles, de tantas mocidades. Todos abrimos, em 1965 e pela primeira vez em Estarreja, a porta da E.I.E, sítio onde depois sentámos a nossa fortuna por termos aprendido com professores, pessoal administrativo, auxiliar e tantas outras pessoas a que não aludo por me faltar tão-só a memória que não o respeito que lhes devoto, grupo enorme de interesses comuns e de boa-fé que nos mobilou a alma e o espírito de ensinamentos para a vida. Mais não digo porque esta instrução secundária não foi apenas um método, foi sobretudo uma enciclopédia de vida, uma preparação e uma verdadeira ginástica ensaiadora do que afinal viemos a ser e porque assim foi e é, melhor será acabar antes mesmo que vá de enxugar os olhos marejados. Não há poesia mais bela que a recordação; volta, minha Escola!
 
Mário Rui
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