segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

A nova cortina de ferro

 
 
 
 
Mário Rui
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Imagens



 
 
 
Mário Rui
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Natal é quando um homem quiser



Sexta-feira, 20 Fevereiro 2015
Maria José Morgado na RTP Informação
«Não podemos partir do princípio que há pessoas que têm um Pai Natal a descer pela chaminé, todas as semanas, a deixar sacos com dinheiro na casa das pessoas. Isso não é normal».
 
Normal, de facto, não é, mas lá que Natal é sempre que alguns homens quiserem, também é verdade. Tão fecundas são as chaminés deles que o dinheiro, defeito de cunhagem talvez, engravida repetidamente e ainda que no seu estado interessante não consiga passar todas as semanas pela chaminé, é vê-lo então, ao vil metal, no rebentar de filharada a cada mudança de data natalícia que ao longo dos dias se vai alterando, quadra sempre festejada num ideal de fortuna intrépida. São geralmente aqueles homens a quem a província os enfastia e optam pois pelo curso de violoncelo que vai abrir em país estrangeiro, em cidade elegante. E o pagode, rústico, interroga-se; «optou pela música? E está matriculado? «É a política, estúpido», esclarece o rústico bisbilhoteiro em obscena interjeição. «Portugal já não é Portugal», diz o mais matreiro dos campestres, e por aqui se fica a coisa não sem que antes lance desafio ao parceiro; «vai mais um copinho de aguardente?»

 

Mário Rui
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Solidariedade para que te quero?

 

Pelos vistos parece que já um houve um tempo em que a solidariedade se comprava com dinheiro vivo, o que, quer se queira quer não, é uma ideia muito digna de lástima se pensarmos nos que só nos deixam viver se primeiro estiver sempre o eu.(VER AQUI) Afinal a Grécia não foi assim tão amiga quanto se possa pensar; não quis fazer um “sacrifício” sem esperar uma compensação. Se justa ou injusta, não me interessa para nada, o que retenho é que é tudo uma questão de mercado. Para terem “piedade” de Portugal foi preciso que representássemos uma vantagem, e não um compromisso, pois só assim nos estenderiam a possibilidade de entrarmos na Europa. Bom, depois, a Grécia, e também nós, confiámos a vida a um cabelo e disseram-nos para não nos afligirmos pois “trabalhar cansa muito” e o cabelo podia cair. E chegados à calvície, duas ou três conclusões se podem tirar; uns, de joelhos, só devem agradecer àquele Deus em que não acreditam mas a quem pedem, com desmesurada astúcia mas também estupidez, mais e mais extensão de proventos. Outros, talvez feitos nós, ficam com mais impostos aos quais somamos moralidade, dignidade, também dificuldade, e no fim ficamos com este gosto na boca para depois regressarmos ao nosso pão e batatas. É preciso confessar que devo escrever muitas banalidades no meu diariozito, mas uma coisa tenho por certa; estou farto de gente, especialmente dessa esquerda champanhe que teima em não tomar a sério a realidade das coisas ditas e pensadas pelos que comem pão e batatas, afinal os que trabalham e não se cansam. E porquê o meu enfartamento? É simples, é que a solidariedade de que essa esquerda fala, cuja moral é o mundo da habilidade, é ela própria arte de saber acreditar nas mentiras. E viva a Grécia, o ídolo, esse mistério imprudente, que nós por cá, mesmo cortados em dois, ainda sentimos dores de dentes talvez em resultado da vossa “sensata” solidariedade com a esclerose que nos aniquila. Por muito viva que seja a alegria de estar com os amigos, é ainda mais triste a de nos irmos embora sózinhos. E pronto!

 

Mário Rui
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Troika Juncker


"Troika pecou contra a dignidade de portugueses, gregos e irlandeses. Pareço estúpido ao dizer isto, mas temos de tirar lições da História e não repetir os mesmos erros.  A Europa não pode repetir erros do passado.”
Jean-Claude Juncker  (Presidente da Comissão Europeia)
 
Ou estava calado, ou então para dizer isto só agora melhor teria sido que antes de o verbalizar se penitenciasse pelo seu desempenho enquanto Presidente do Eurogrupo. Se o tivesse feito, talvez ainda fosse a tempo de nos explicar, mesmo sem a nossa anuência, porque razão é que nesse tempo não foi capaz de fazer cair do céu uma verdade absoluta nem agir soberanamente na constelação das sinceridades. Nessa altura é que podia, e devia, ter reagido contra as inverdades e as realidades da sua época ou então inovar sobre elas. Ah, como tudo é duvidoso, como quase tudo o que foi de ontem parece ter desenvolvido estranhas ideias sobre o castigo ou o poder. Não basta dizer que os castigos são atrozes, em excesso, que não estão apoiados pelo racional, pelo funcional, quando esse dizer chega tarde e quer pôr a nu a estranheza singular de tais suplícios infligidos. Homens de visão são aqueles que não enganam quanto aos discursos, que não variam através dos tempos e das modas; mas, em cada época, passam realmente por coerentes e verdadeiros. Tentar compreender aquilo que outrem diz ou faz tarde e a más horas, é para mim um ofício de comediante. Ora, como tudo isto de comédia nada tem, ao invés é drama puro, poupe-nos senhor Junker a esses pensamentos impensados que lhe acenam ao arrependimento. Sendo tais discursos e contrições incontornáveis nesta fase do campeonato, só espero, já agora, que de futuro comece a avistar com tempo e oportunidade a verdade ‘verdadeira’ que por aí ainda virá, e nos avise e ajude na escolha do que fazer para enfrentar novo tornado. Quando se consegue, e se quer, explicitar esses acontecimentos datados e explicáveis, então temos homem, de contrário só temos ideologias enganadoras. Enfim, por mim já vou a meio caminho de mais uma desilusão! Tenha uma noite sossegada, senhor Presidente da Comissão Europeia.
 
 
Mário Rui
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Sombras que não de grey...



Sombras que não de grey...
 
 
 
Mário Rui
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