terça-feira, 24 de julho de 2012

A que Estado chegámos nós?


















A que Estado chegámos nós?

Mário Rui

Miguel Relvas

















O mandato do Governo de Passos Coelho é um desastre: a economia parou, o desemprego continua a subir e a austeridade impera. E para este desastre contribui também a falta de sensibilidade e o silêncio sobre casos polémicos como o de Miguel Relvas que mais não fazem do que criar - ou aumentar ainda mais - a instabilidade a que o Governo já está sujeito.

Dos casos políticos mais polémicos de que me lembro recentemente, os de Miguel Relvas são o melhor exemplo do pior que a política tem. E, verdade seja dita, é também por exemplos como esses que cada vez mais o comum cidadão se afasta da política. E com razão!

Os casos que têm vindo a público sobre Relvas não afectam apenas a sua dignidade pública e privada, – se é que ainda as tem! – como descredibilizam também a imagem do Governo, que sai fragilizada a cada dia que passa, e do próprio primeiro-Ministro que teima em ficar calado sobre estas matérias.

Primeiro, foram as alegadas ameaças sobre uma jornalista do jornal Público. Agora, mais recentemente, a licenciatura encomendada (?) à Universidade Lusófona que, diga-se, também não sai bem na fotografia. São ambos casos inaceitáveis para qualquer pessoa com princípios e, sobretudo, para alguém que ocupa um cargo de tamanha responsabilidade e que a devia obrigar, se não legalmente, pelo menos moralmente, a responder por eles.

Esta é a verdade: mais do que a austeridade em si, são casos como estes que conduzem a política para o abismo e para o descrédito. Mais, são um factor determinante e suficientemente válido para a revolta do povo.

Não tenho dúvidas: uma imagem transparente, séria e credível, apoiada numa boa política de comunicação, ajudaria a sanar alguns dos problemas da política portuguesa. Infelizmente para nós e para os políticos não é isso que acontece.

Ao povo português só resta saber o seguinte: que interesses impedem o primeiro-Ministro de prescindir de Miguel Relvas e assim garantir uma governação mais facilitada? E que outros casos – mais polémicos ainda - surgiriam com essa resposta?

Rui André