sábado, 26 de dezembro de 2015

Os elos dos anos. Bom Ano 2016!


 
 
Fico até pensando que o novo ano não vai ser um ano novo. Será porventura nenhum novo significado, nem velho. Um ano, só! Pois, como é possível fazer o que não se compreende? Há sempre a injunção de lubrificar a dobradiça do irrisório reino, ou talvez farta corte que virá, e em não havendo mordomo especial que o faça, ficamo-nos por um discurso pontificante de futuro quotidiano salpicado de catálogos intermináveis de lustres e toalhas de linho. Aí repousaremos o tempo que se nos for oferecido e sobre ele confessaremos a nossa vontade de ver que tudo o que muda tem alma e é dotado de intenção. Mas claro, não há ninguém mais orgulhoso, sensível, mas também instável, que o ano que se segue. É um totem que ainda não serviu ou serviu pouco. Principiante, nascente, inexperiente, continua a acreditar que não está aqui por acaso e que deuses na sua maioria benevolentes zelam pelo seu destino. E deuses somos todos nós, mesmo sem a certeza de termos compreendido a totalidade do seu saber. E num belo dia, só com um olhar, julgamos então ter interpretado bem as leituras esparsas que fomos fazendo. Parágrafos em que o essencial nos foge, esquivos como o sol de inverno, escapam-nos cada vez mais, e essa é a altura em que parecemos velhos loucos que acreditam estar de barriga cheia só porque demos uma vista de olhos rápida ao cardápio dos dias. Cuidem bem do Ano que aí vem porque essa aptidão há-de fazer dele, apesar de tudo, tempo amigo. Deuses, somos nós e como não há desafio que não consigamos enfrentar, então que venha o nascente 2016. Com génio, rigor, loucura, o que for, pois nós faremos o possíveis por lhe despertar os sentidos conspirativos que nos esperancem de prazer, saúde e amizade. Tudo dissolvido na extraordinária suculência dos humanos! Sem tirar nem pôr, um velho Ano Novo atulhado de coisas banais mas especialmente certas para toda a gente. A bem dizer, anos e homens, somos todos parecidos. Chega bem, 2016. E em querendo que te digamos que foi um ano fantástico, vê se nos cuidas! Bem precisamos.
 
 
Mário Rui

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O mundo não é feito paras as distâncias


Mas, tal como é, o mundo não é feito paras as distâncias. Na quietude das velhas amizades, é a proximidade que tece sinais amigos, que mostra um rosto amigável, em geral risonho. O perto, é uma dessas raras criaturas!
 
 
Mário Rui
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