segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Mamas ao léu

















Rafael Bordalo Pinheiro escreveu há mais de um século sobre a "porca da política em que todos querem mamar". O criador do Zé Povinho dizia então que "é na política que todos mamam. E como não chega para todos, parecem bacorinhos que se empurram para ver o que consegue apanhar uma teta".
A linguagem pode não ser muito elevada, mas retrata na perfeição a decadência de uma época – e mantém-se actual. "A porca da política" sempre alimentou alguns eleitos, enquanto deixa o pobre Zé Povinho a sofrer as agruras da bancarrota.
Hoje de novo, os portugueses sentem na pele e no bolso as consequências de anos a fio de péssima gestão dos dinheiros do Estado. Olhando para a última década, sabe-se que os sacrifícios impostos nunca serviram para nada.
Portugal progrediu muito pouco e a culpa não foi dos portugueses, mas da tal "porca da política". Do pântano de Guterres, passando pela tanga de Durão Barroso, até à ‘geração das mamas ao léu’ de Passos Coelho – tão bem retratada na capa do CM de ontem – continuamos todos a ser vítimas de quem nos desgoverna.

Por: Paulo Pinto Mascarenhas, Jornalista

Mário Rui