quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Caro cliente

 
Caro cliente, a crónica não vai ser actualizada. Envio a seguir a mesma de sempre.
Ora tudo se esclarece aqui, eis-nos no fim ou no princípio do nosso problema. Por um lado existem estes factos da vida quotidiana, afinal os únicos de que os cépticos não duvidam, sempre a imensa inflação das “verdades” votadas ao zelo devoto do pagante. Algumas delas impuseram-se entre nós como candidatas a merecedoras de crédito e obediência; mas não é por isso que são fundadas na verdade. E por detrás do ’caro cliente’, adivinha-se uma mão cheia de simpatias balofas em que compreender tanta afabilidade, compreender tanta actualização, perceber aquilo que esta gente diz, é, para quem paga, um ofício de simples tributário. Esqueçamos a arte do sermão. Devíamos era de pagar a todos estes ‘actualizadores’ do mesmo modo e com igual simpatia, ou seja, pagar-lhes em moeda-filosófica. Quando os leio, ao fim de um minuto, sinto apenas sono! Veja-se:
- Caro cliente, os preços da eletricidade vão ser actualizados. Enviamos em anexo o seu novo tarifário.
- Caro cliente, os preços da água vão ser actualizados. Enviamos em anexo o seu novo tarifário.
- Caro cliente, os preços do gás vão ser actualizados. Enviamos em anexo o seu novo tarifário.
- Caro cliente, os preços do audiovisual vão ser actualizados. Enviamos em anexo o seu novo tarifário.
- Caro cliente, os preços do saneamento vão ser actualizados. Enviamos em anexo o seu novo tarifário.
- Caro cliente, os preços da recolha de resíduos domésticos vão ser actualizados. Enviamos em anexo o seu novo tarifário.
- Caro cliente, os preços das comunicações móveis vão ser actualizados. Enviamos em anexo o seu novo tarifário.
 

Mário Rui
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A natureza vírgula é melhor que muitos humanos




 

Repito, para que não fique nenhuma ambiguidade: a natureza vírgula é melhor que muitos humanos
Por uma infinidade de visões, à procura de medir a natureza. Sem a rua, sem a multidão, sem o universo louco dos últimos dias. Só com a animação de quem percorre a tranquilidade coerente de um mundo pequenino e afável que ainda existe. Apenas a distância, o silêncio, a água. A água é boa para os que têm boa compostura e o rosto limpo. Porque começa a ser muito difícil medir os limites do outro universo. Violento, assassino, um firmamento injusto em que são os actos condenáveis, e não as boas consciências, sequer a inteligência, que têm poder. Tolerância? Não sei, não. Um mundo em que há lugar para sanguinários, é um mundo muito perigoso segundo os critérios destes esdrúxulos do presento e do futuro.
Mário Rui
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Insultos


Lá me resignaria à tolerância da derrota, sem críticas, se de facto ela tivesse sido justa. Mas não, não foi! O que vi foi um só personagem a querer destacar-se sobre a relva, o único que verdadeiramente deveria ter passado despercebido dentro das quatro linhas e, desse modo, a estragar um jogo que se pretendia agradável. Sem qualquer consciência da missão para a qual foi convocado, apitou sempre tarde e mal, marcou coisas que ninguém viu, expulsou gente sem se saber a razão e tudo isto ficou plasmado no resultado final. Alguém lhe deve ter dito que era árbitro de futebol e entre a perda do brio pessoal e a incompetência para o dito, optou pelas duas. Optar costuma ser escolher uma de várias soluções. Este fulano até o direito de preferência conseguiu alterar. Eu, e muitos como eu, furiosos, porque ver disto emporcalha mais do que uma nódoa de gordura. Foi hoje, em Estarreja, e o clube local fica mais pobre na proporção da inaptidão dos apitadores que cobrem de insultos os jogadores, o clube e os espectadores.


Mário Rui
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De Madrid a Allepo


 
De Madrid a Allepo
Na indignação das primeiras impressões, e uma vez que por cá se vive tempo natalício, talvez seja altura de confrontar imagens diametralmente opostas e que cada um possa saber interpretar o excesso de tintas que as caracterizam. Se mais não pudermos, no mínimo inquietemo-nos pela existência humana na nossa Terra.
 

Mário Rui
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SL Benfica




Mário Rui
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Venezuela - agir com intenções


“Se a União Europeia tem o dever de condenar os graves atentados à liberdade de expressão e reunião que se têm traduzido em prisões de opositores e vozes incómodas na Venezuela, tem uma responsabilidade acrescida quando estão em causa cidadãos com vínculos de nacionalidade ou descendência europeia”, escreveu Francisco Assis.
Agir com intenções   (LER AQUI)
Finalmente ouço uma voz, que importa, a falar da substância quando a circunstância há já muito tempo deveria ter ocupado a agenda política de alguns governos de Portugal. Nunca o fizeram verdadeiramente, pese embora o como e o quando destas coisas, especialmente a protecção possível a cerca de meio milhão de portugueses radicados na Venezuela, se justificar já faz muitos anos. São portugueses cercados de valentes “democratas” que ardilosamente encontraram uma nova maneira de dominar os outros, no que tange o melhor das suas vidas. Quando esta “democracia” se uniu às más intenções dirigidas a quem sempre lá trabalhou e fez prosperar o país, mas também a quem faz da liberdade de expressão uma arma, o resultado estava já à vista; violação monstruosa dos direitos mais básicos das pessoas e ódio vomitado gratuitamente sobre muitos portugueses, mesmo antes de conhecer-lhes as qualidades. Ainda bem que Francisco Assis os lembrou à Europa. Em Portugal, com o actual e com anteriores governos, já agora deixem-me falar também das Presidências da República, até parece afinal que quando se trata de situações complicadas, o mais seguro é evitá-las por completo. Mas pior ainda é perceber-se que o tolo de lá não pára ante nada e os “espertos” de cá, ante tudo, se for perigoso. Assis, fez diferente. Soma pontos!
 
Mário Rui
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