quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Verão 2015





















 
 
 
Mário Rui
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Hiroshima 1945


Objectos transportados por Theodore J. Van Kirk, o navegador a bordo do Enola Gay, para a missão de lançamento da bomba atómica sobre a cidade japonesa de Hiroshima.
Hiroshima , 6 de Agosto de 1945 – 70 anos depois
Hoje, às 08h15 horas locais, tocaram os sinos num memorial em Hiroshima, numa cerimónia que contou com representantes de um centena de países, um número recorde. Assinalou-se o 70.º aniversário do bombardeamento atómico por parte dos Estados Unidos. (JN)


 
Mário Rui
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O tempo, o espaço, a liberdade e as necessidades, enfim a verdade


E depois, quando vier uma solidão, quando a noite mostrar o negrume do seu manto, quando chegar a bruma espessa e turva, quando tudo esquecermos e isso for uma obsessiva necessidade de compreender, quando abismar ou soçobrar for uma absoluta letargia mental, se não dormir com muitos sonos for regra, então depois talvez uma enxurrada de chuva grossa de vida vivida seja apenas o último dos refúgios onde repousarão profundos e experimentados olhos feitos de um tempo de taciturnidades. Quiçá momentos em que o autor reflectirá na obra de sua autoria, sendo por fim chegada a altura de nem louvar nem deplorar mas apenas da entrega à própria sorte. Raios, como age resoluta a natureza quando atingida a meta da sua criação. E assim se partilhará a vida das coisas e assim se ficará sujeito às mesmas leis que controlam as marés, as estrelas, os dias, talvez os números e mesmo as quantidades. Tudo princípios não compreendidos, desajustados, sendo certo que lá p’ró fim da jornada já não haverá sequer um lampejo de direitos no espírito de um velho capitão mesmo que ainda se queira ordem no navio. Fosse ele até corsário, o capitão!

 

Mário Rui
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‘Silly season’ no seu esplendor


‘Silly season’ no seu esplendor ou então o modo como certa imprensa em certos momentos mergulha num mundo de fantasias como que a querer dar aos seus leitores a ideia de luminosa essência (LER AQUI). Imprensa, é do que falo, e a seguir de “não notícia”, algo de que estamos todos bem servidos pelo que não vale a pena mais poeiradas sufocantes. Mesmo que a época seca não produza novidade, não adianta nada o sacrifício de a inventar.

A seguir quero falar do senhor António Simões. Tirando o êxito profissional, certamente lutou por ele e ainda bem que o mereceu, tudo o resto que veio dar à estampa é igualmente poeirada sufocante. A quem interessará a sua vida íntima, a sua orientação sexual, o seu casamento, o seu marido e por aí fora? Hetero ou homossexual, é pertença que assiste a qualquer um e todos devem ter direitos quanto ao modo como querem viver a sua vida sem que para tal tenham de “dar festas” para divulgar aquilo que são ou deixam de ser na esfera privada. E também não me parece, mas isto sou eu a pensar alto – até eu tenho direitos, não? – que seja a orientação sexual de cada um o factor determinante para o sucesso de uma existência. Até porque, nas mais variadas posturas pessoais, “não é pelo facto de os homens serem bípedes que 50 homens são uma centopeia”. (G. K. Chesterton)

 

Mário Rui
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Rola a bola


Já não falta muito para que a bola comece a rolar no tapete verde onde se jogam todos os compromissos de pôr em marcha essas generosas aspirações de vencer. Lá vêm também os seguros juízos e as vistas claras e escuras dos acontecimentos chutados para a baliza, para fora ou para o ar, tudo assunto que dará mais uma vez unificação aos espíritos que se batem genericamente pelo movimento nacional futebolístico e aos demais, muitos, que se unem em particular pela liga patriótica do norte, do sul, insular, mas menos do centro posto que este último pesa pouco na mecânica das assembleias ‘futeboleiras’ do país. Espremendo ainda mais o fenómeno, convém não deixar de parte os que procuram não desnaturar a sua essência e então aí já estamos a falar das costumeiras correntes de espírito e cor única, umas vezes quadro singelo de qualidades, outras tantas ou talvez até em maior número, pantalha de defeitos. É em suma este o menu que nos vai ser servido doravante, uma mescla de paixões próprias, uma turbulência de temperamentos, uns fogachos de intelectualidade analítica que desce confiante à relva, petulâncias à sobremesa, uns quantos abatimentos pessoais e também muito boa fé ao lanche. Assim daremos por findo o Verão e no Outono jogaremos mais forte para que depois, no Inverno, cheios da boa vontade vinda do frio, possamos entrar no grande mundo do pensamento e da poesia que há-de castigar ou elogiar o mau e o bom resultado das nossas hostes. Quando a atmosfera voltar a aquecer, será tempo de conhecer quem teve hora de vã popularidade e quem de facto a conseguiu proclamar. Vencidos e vencedores, mais os que jogam e os que assistiram a esse batalhar, inconformados uns, crédulos os que sobram, fecharão mais um campeonato de disputas tão aturadas quanto indispensáveis para levar a cabo tão grande empresa; um bom prato de futebol. O resto virá a ser tranquilo intervalo até que a ementa se repita lá para o ano que se segue.
 

Mário Rui
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Casa guardada?



Para casa que se diz ter ficado à guarda da policia 24h por dia, ou terá a inscrição sido pintada na 25ª hora, a do sossego, bem que a pintura podia ter um cartoon também ele interessante. Vigilância assim feita merecia mais comicidade mural. Ah, mas eis que diz o vigilante: “caro senhor, se der uma rápida olhada deste lado, vai ver que já cá estou."


Mário Rui
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