quarta-feira, 28 de março de 2012

Classe social alta é mais mentirosa, trapaceira.


(Clicar p.f. na imagem para descobrir a sabedoria do povo da classe média)

Pessoas de classe social alta, com mais recursos económicos e educação, tendem a comportamentos menos éticos do que as com menos recursos. A afirmação é do pesquisador Rodolfo Mendoza-Denton, professor do Departamento de Psicologia da Universidade da Califórnia, em Berkeley (EUA), que assina o trabalho em conjunto com colegas da Universidade de Toronto (Canadá). "Realizámos sete estudos experimentais que nos levaram a conclusões surpreendentes, disse ele em entrevista à agência de notícias Efe. "Normalmente pensa-se que as pessoas com menos recursos têm mais motivação para se comportar de maneira imoral, antiética e violar a lei." A equipe, liderada por Paul Piff, efectuou dois testes em situações normais para avaliar as probabilidades dos motoristas fecharem o cruzamento a outros veículos numa intersecção muito transitada de duas ruas, bem como de pedestres numa esquina da mesma área de San Francisco. O factor de referência foi a marca do veículo, a idade e aparência do motorista para apontar sua classe social. Os autores descobriram que uma percentagem mais alta dos motoristas de veículos caros ("um Porsche ou um Ferrari", disse Mendoza-Denton) antecipava-se ao cruzamento de outros veículos ou dos pedestres, comparado com os motoristas de veículos menos luxuosos. Outras cinco experiências realizadas em laboratório com estudantes e pela internet, com uma amostra de alcance nacional de adultos, revelaram que os participantes que se consideravam de "classe alta" tinham mais tendência a tomar decisões antiéticas do que os da "classe baixa". Entre esses comportamentos está furtar objectos valiosos de outras pessoas, mentir numa negociação ou aumentar as possibilidades de ganhar um prémio e dar aval a uma conduta incorrecta no trabalho. "O importante não é apenas a conclusão de que as pessoas que estão mais acima tendem comportar-se menos eticamente, mas avaliar por que o fazem", declarou Mendoza-Denton. "Descobrimos que as pessoas da classe baixa ou que se percebem como tal estão mais expostas a perigos, têm menos recursos e um trabalho que não é estável, o que torna as suas vidas menos previsíveis", disse o pesquisador. "Os cidadãos desse nível social trabalham mais para garantir que as relações humanas serão fortes e duradouras", acrescentou. Por outro lado, os membros da classe alta, "como têm mais recursos, sentem-se mais seguros, têm o luxo de ser mais independentes, tendem a focar os pensamentos e as emoções em si mesmos e pensam menos nas consequências que o seu comportamento tem para outros", concluíu. Pessoas de classes mais altas também demonstraram ser menos propensas a dizer a verdade numa negociação hipotética de emprego, na qual atuaram como empregadores tentando contratar alguém para um trabalho que sabiam que seria encerrado em breve. E, quando receberam um recipiente com doces, que os pesquisadores informaram ser para crianças que participavam em experiências num laboratório vizinho, os mais ricos tiraram mais bolos do que os demais, quando informados que poderiam comer alguns. Os mais ricos também parecem ser mais focados nas suas metas, vêm a ganância de forma mais positiva e têm sentimentos mais fortes de autoindulgência, revelou o estudo. "A busca do interesse próprio é uma motivação mais fundamental na élite da sociedade e o desejo aumentado, associado a maior riqueza e status podem promover más atitudes", destacou o estudo, publicado na revista especializada "PNAS".

Ora bolas! Estou verdadeiramente descoroçoado com o Departamento de Psicologia da Universidade da Califórnia, em Berkeley (EUA). Então mas é para isto que o Tio Sam anda a dar dinheiro a estes pesquisadores? Francamente. Esperava mais, muito mais de uma sociedade que se diz evoluída e na vanguarda da ciência. Até já começo a desconfiar da competência do M.I.T. e quejandos norte-americanos.
Para tirar conclusões destas, em conjunto, ainda por cima, com colegas da Universidade de Toronto (Canadá), é feito de pouca ou mesmo nenhuma monta. Qualquer cidadão da classe média portuguesa, de há cerca de 900 anos a esta parte e com especial incidência para os últimos 38, já o sabia e vai continuar a prová-lo. Sem pesquisas, sem estudos, sem laboratórios. Só com a má companhia dos famélicos que por cá nos habitam. Estão a ver como este povo, às vezes, é astuto e vanguardista?

Este explodir de júbilo, pelas coisas que sabe, de uma classe média portuguesa é uma das mais sublimes passagens de toda a nossa história. Temos instantes em que o raciocínio nos assiste de modo mais brilhante do que relativamente a um qualquer investigador quadrado, há lá muitos, dos States.

«Povo, povo, pode haver quem te defenda, quem compre o teu chão sagrado, mas a (riqueza) da tua vida não.»

Pedro Homem de Melo - Cientista português que estudou Direito (apesar da marreca) em Coimbra, acabando por se licenciar em Lisboa, em 1926. Foi um entusiástico estudioso, pesquisador (melhor que os americanos) e divulgador do folclore português, que mais tarde viria a propiciar o bailinho político-lusitano da classe alta, leia-se política, dos anos da democracia nacional. Criador e patrocinador de diversos ranchos folclóricos minhotos, tendo sido, durante os anos 60 e 70, autor e apresentador de um popular programa na RTP sobre essa temática. Mais tarde, foi apagado da ciência portuguesa, pela lusa gula d'alguns...

Mário Rui