sábado, 22 de outubro de 2011

Líbia


Será o renascimento de uma nova e luminosa Nação?
Mário Rui

Ser benfiquista


Esta é a mística benfiquista. Somos grandes!

Mário Rui

Queridos filhos


Queridos filhos, na altura vocês não podiam votar. Votei eu por ambos e pela vossa geração. Votei com a certeza que o prazo do ajustamento que nos foi imposto, desde há muitos anos, não permitia que fosse tudo feito sem grandes subidas de impostos. Pela primeira vez na minha vida vou ficar sem um mimo no natal para que vocês tenham o vosso. Mas tenho um sorriso na cara. Porque pela primeira vez um ministro afirmou o que o pai diz há muito: não poder ser despedido vale muito dinheiro. E isso é o primeiro passo para que o sacrifício do vosso pai se transforme num futuro melhor. Se Deus quiser, vão ser vocês e as vossas ideias o motor de crescimento do país e não um governante a pensar que fazendo um túnel submarino a ligar Lisboa ao Algarve irá relançar a economia. Não quero ter de explicar porque é que no GPS aparece uma auto-estrada colada à A1. Quero, antes, explicar-vos que a redução do tamanho do estado será o melhor estímulo para a próxima década. E, para finalizar, quero dizer-vos que, de uma forma muito perversa, temos a sorte de estar a sofrer agora uma mudança que vai afectar todo o planeta. E por isso vos digo: não deixem de acreditar no país, por muito que isso vos custe. Eu, e outros pais, haveremos de lutar para que a embriaguez estática dos homens que nos governaram e ainda governam, cesse e daí advenham muitas consolações de um quotidiano que virá mais radiante que todos estes últimos anos de sufoco.
Mário Rui

(in Blasfémias)

Este nosso tempo.



Por muito que me chamem de pessimista, eu continuo a defender a ideia de que Portugal está despedaçado, em cacos que jamais se poderão unir, colar, para fazer dele um novo País. De tudo o que vejo, leio e oiço , só uma impressão me fica. A partir de agora acho que nem a convicção, nem a fé nos ajudarão a chegar a um estado, mínimo que seja, de felicidade.

E, o que mais me deprime é ter a sensação, senão mesmo a certeza, de que o povo de nada se apercebe. Julga que estamos hoje como ontem, quando o ontem era uma época de alguma esperança, de algum júbilo de algum desafogo. Mas não é assim que acontece. De facto estamos mesmo muito, muito mal. Pouco a pouco não consegue este povo assimilar uma era que precisa de prazer, de fermento que refunde uma vocação de dignidade.

Tudo lhes parece bem. Tudo lhes parece nobre e, pesem embora as dúvidas e as ténues manifestações que às vezes tomam em mãos, por aí se fica este leal e passivo povo.
Tão mal estamos que já nem sei se vale a pena apontar o dedo aos que nos votaram a esta realidade.

Perguntar-me-ão, então , o que fazer. O que está ao nosso alcance para reverter o caminho que nos indicam e que nos levará pela certa ao infortúnio, à desgraça? Já por mais de uma vez o disse. Não partidarizemos este nosso tempo. Unamo-nos e dada a importância desta luta, tudo o mais há-de ser indiferente.

Esta luta precisa de quem grite, pode ser na rua – não vejo mal algum nisso- pode ser através da escrita, pode ser por meio de actos que abanem consciências maléficas que sempre nos condenaram a um estar de vassalagem, mas façam-no, por favor. Gritem contra os que nos desprezaram, contra os que sempre preferiram tomar a defesa dos seus próprios direitos, leia-se mordomias, dinheiro sujo, quantas vezes com cheiro a sangue.

Deixámo-los abusar da nossa paciência durante muito tempo. Tempo demais. É chegada a altura de termos uma conversa com essa gente. Que não há-de ser nada pacífica, nem dócil. Perante aquilo a que temos direito, seja liberdade sejam melhores condições de vida, apostemos tudo na nossa atitude de impertinência e provocação. Outros assim o têm feito e com vantagens. Não queremos estas governanças como companheiras. Só são inofensivas quando se mostram em público. Nunca para o lugar para onde nós vamos!

Mário Rui