quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Na Praça da Varina – Praia da Torreira



E assim vamos de todo o nosso vagar contemplando o pitoresco de tradições que se logo desaparecidas nos deixarão pelo menos os sítios consagrados a todas as recordações grandes ou queridas. E protesto que de quanto for vendo e ouvindo, de quanto eu pensar e sentir, hei-de fazer crónica ilustrada.


Mário Rui
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Não têm pão? Comprem ouro.


Maduro deixa a receita aos venezuelanos: comprem barras de ouro
Um chorar e um suplicar fervente como só se ouve na hora da angústia. E não há que apontar o dedo a quem abriu caminho a esta tragédia? (LER AQUI)


Mário Rui
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Portugueses na Venezuela


Portugueses na Venezuela: quando a uns se dá um pouco sem dar a todos o que é preciso
Fundamentalmente é o desalento a invadi-los, forçando-os a naufragar na vida. Chegada a hora desgrenhada da partida forçada, quando e se podem, transformada numa tortura latente que já dura há tempo de sobra, fogem de uma “liberdade” que não conheciam, mas que adivinhavam. Do socialismo bolivariano do século XXI, o mais que viram foi a fome a toques de clarim de um ditador, talvez mesmo de dois, caudilhos que nunca perceberam que não se mexe com a barriga de quem tem fome e não tem dinheiro. Mas em Portugal discute-se o regresso dos nacionais que rumaram à União Europeia. Os outros, radicados na Venezuela, que se amanhem. Sobre estes, ouvem-se a espaços longos as “valentias” de um secretáro de Estado, às vezes as de um ministro dos Negócios Estrangeiros, quase nenhumas as do malabarista Costa! São como os homens de teatro; mesmo quando estão fora do palco, representam, apenas. Ninguém lhes consegue reconhecer, até agora, uma façanha autêntica, com testemunhas de vista, sobre a estratégia a adoptar para com os 400 mil que por lá estão, dos quais 200 mil em Caracas. É uma farsa falarem neste momento dos que abalaram para o espaço europeu, sítio onde impera um regime de liberdade de circulação e de mobilidade de trabalho e deixarem à sua sorte os que na Venezuela estão privados de direitos humanos essenciais. E Portugal continua a ter uma mão cheia de ‘professores de declamação’, dizem-se encarregados de anunciar um desconto fiscal para estimular o regresso de quem se foi durante a crise, mas é tudo mera propaganda de feira eleitoral. É isto a Dona Caridade? Não; isto é não querer perceber, esquecendo-a, a real Miséria, a gravíssima situação em que estão os portugueses na Venezuela!


Mário Rui
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Verdes





Mário Rui
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A depressão


Dizem os entendidos que parte do país vai entrar em depressão ... atmosférica. Para a outra, também nacional, manda o governo que apanhemos lapas e muita brisa marítima. O problema é que frustrar alguém no Verão é a mais terrível decepção. Mas enfim. Confirma-se que esta estação do ano é um instante entre dois saltos; um para a água e o outro para o Inverno. O Outono é só uma sala de espera.


Mário Rui
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Sobre o papel da e de cozinha


Desde que não desnacionalizem a riquíssima e genuína gastronomia portuguesa, o papel da cozinha, a nossa, há-de ser sempre o de uma orquestra de garfos, facas e iguarias que açulem o apetite, esse irmão mais novo da fome. Se a esse se juntar um papel de cozinha de múltiplos e tão bons desejos, pese embora escrito em inglês para português ler, então aí nasce uma fusão de coisas que formam um todo delicioso. Tantos paladares, tantas vontades de saborear e quantos gostos que já não suspeitávamos trazer em nós.

 
Mário Rui
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Que se cozam pois com os caracóis


Sou, de novo, contra a chacina intolerável dos mosquitos que morrem inocentemente às mãos de automobilistas loucos e contra certa gente moderna que só vive para estupidificar!
Por nobre e vivo dever cívico entendo ser minha obrigação associar-me à causa do mosquito que não tem manhã, nem tarde, nem noites sossegadas, tais são as forças automobilísticas bisonhas que, pela brutalidade da sua pressa e quantas vezes também do vagar, os despedaçam impunemente contra o vidro dessa máquina diabólica que tudo seca e esteriliza; o automóvel! E estou na causa apenas porque entre o mosquito e alguns humanos me fica a certeza que o primeiro jamais conseguirá retrogradar ao macaco inicial sendo que, relativamente aos segundos, já tenho muitas dúvidas se para aí não caminham. Mosquito com resistência que trepe montanhosamente até à última porção do vidro do carro, merece que se agremiem umas fartas vontades que impeçam este genocídio a que se assiste e, mais importante, talvez assim fosse possível evitar a postura dos primatas da conservação de espécies cretinas. Sou pois contra a extinção de insectos dípteros mas sou a favor dos armazéns onde se possam catalogar e arrumar, em prateleiras mal envernizadas, cérebros que metem medo, gente moderna que vive para estupidificar! Que se cozam pois com os caracóis já que a única coisa que julgam saber fazer é confundir a evolução e, ócio por ócio, mais valia que se dedicassem ao estudo dos órgãos que já em extensão não mais podem ser prolongados. Talvez isso lhes fosse uma útil tese de discussão ou, quem sabe, útil e saborosa tesa de gozação!



Mário Rui
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Torreira 2018




Mário Rui
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