sexta-feira, 22 de maio de 2015

O único que sai de todo este falaz modo de ensinar, puro, limpo e inocente


O exercício vem num manual de Física para alunos do 9.º ano: “O Diogo largou um gato da varanda do seu quarto, situada a cinco metros do solo. Qual a intensidade da força aplicada ao gato durante a queda”?
Quanto ao infeliz gato, enfim, será certamente o único que sai de todo este falaz modo de ensinar, puro, limpo e inocente. O que realmente me deixa perplexo e preocupado, são as ideias de algumas pessoas que suportam e dão à estampa o mal profundo que representa o uso do animal para fim que se pretende educativo ou didático. Pretende-se, apenas, porque posto assim o problema passamos então a ter dois problemas. Um é o de física que vem no respectivo manual do 9.º ano. O outro, esse sim incomensuravelmente mais grave e julgo que de esperança perdida quanto à sua resolução, assenta basicamente na questão do raso das personalidades assim intelectualmente estruturadas que já não conseguem elevar até à altura mínima do bom princípio um assunto de comezinho bom senso. É a banalidade educativa que continua a dormir sossegada, e se não incomodada tanto melhor, na sua cama de imprudências e rídiculas pândegas-pedagógicas que se acham formativas. Pobre, esta arte de assim ensinar. Qualquer coisa como secar as nascentes das fontes educativas, sítios aonde as gerações que hoje querem aprender e também as futuras – pelos vistos – têm de beber!!! Ah, já agora resta perguntar; em que estado ficou o bichano após sujeito a tanta física dinâmica e também o inventor do problema possuido de tanta física cerebral estática?
 
Mário Rui
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