sexta-feira, 10 de maio de 2013

Taxar depósitos acima de 100 mil é 'boa notícia'


















É notória e gritante a falta que nos faz uma voz tão assertiva quanto a deste verdadeiro gúru financeiro, tornado há algum tempo o único, o verdadeiro "Querido Líder", "Comandante Supremo", "Nosso Pai", o grande condutor do bem-estar colectivo da nação (ver aqui). À beira dele, o outro, o Kim Jong-un, não passa de menino de coro. Tão proféticas e profilácticas têm sido as suas insanas intervenções que só nos resta o pranto nacional como forma de agradecimento por tão abnegada postura em relação à nossa felicidade. Monstro assim que preconiza o roubo à mão-desarmada, já vale sem arma, das poupanças dos cidadãos de terra que se chama ‘Poortugal’, haveria por certo de ser internado. Rapidamente e em força, como um dia disse, e mal, um outro pai da nação. Então não é que descortinou “uma boa notícia” na possibilidade dos depósitos acima de 100 mil euros poderem ser chamados a contribuir para a reestruturação e resolução dos problemas dos bancos. Dito de forma digna, significa que esta aberração, pois claro que contrária à ordem regular da natureza, defende que os rendimentos dos espoliados luso-cidadãos devem ser roubados aos mesmos em favor da famélica banca e banqueiros. E com honras de aviso prévio de definhamento inexorável como se de uma morte anunciada se tratasse. A ser verdade o que diz, e só isso já me chega, então estaríamos em presença do melhor remédio para mais nada fazermos. Trabalhar em nome de quê ou de quem? Excelente meio para fazer parar o país. Será que é isso mesmo que este “Ultra rich” vislumbra? E será que também os depósitos dele estarão por cá? Não creio! Seguramente sossegados e a coberto dos olhos indiscretos duma inepta Comissão Europeia, por forma a que não lhe possa pôr a mão em cima. Já se esgotou a paciência para ouvir ou dar atenção a congeminações absurdas feitas por gente menor. Não são sequer palavras para serem lidas e muito menos discutidas por todos os que buscam seguir adiante. Não requerem qualquer concordância prévia para serem tão-só pensadas por nós. É isto que é indispensável em época de difícil reconstrução e confusas esperanças. Concedamos então a esta gente iníqua, já que mais não merece, este nosso intranquilo modo de ver as coisas más que nos fazem pois que, para palavras loucas, orelhas moucas. Não obstante, não nos julguem amorfos. Até podemos compreender que num regime democrático o estar em transformação é o seu estado natural: o que se revela anti-natural e muito bem o percebemos é a continuada existência destes seres que nada acrescentam à vida em sociedade. Acham que o dinheiro está acima de tudo e de todos. Até quando? Depende de nós!

Mário Rui