segunda-feira, 26 de março de 2012

A próxima década



O CEO da Stratfor faz, neste estimulante livro, uma análise de como vai ser a política global na próxima década, mostrando que os Estados Unidos continuam a ser determinantes.
A Stratfor é uma das melhores fontes de informação independentes que existe no contexto global. Quem quer estar bem informado sobre as grandes tendências políticas e económicas tem de ler os seus relatórios. George Friedman, o seu CEO, é por isso uma voz culta e atenta sobre o presente e o futuro do mundo. Como demonstra neste seu novo e incontornável livro, "A Próxima Década". Friedman foca-se sobretudo no lugar central dos Estados Unidos no globo após a queda da União Soviética e nas mudanças que isso motivou. Para ele, durante 10 anos os EUA viveram na negação de serem a única superpotência e a década seguinte numa série de guerras no mundo islâmico. E, ainda hoje, não atingiram o balanço necessário para se equilibrarem entre as suas forças e fraquezas.
Friedman é claro: os EUA representam 25% da economia global e têm tropas e bases em dezenas de países. Não deixa de ser curioso, e irónico, como os EUA foram a primeira nação moderna a ser fundada no princípio do anti-imperialismo (as suas primeiras aventuras militares, em Cuba e nas Filipinas, contra os espanhóis, foram justificadas nesse sentido). E que hoje seja o país que carrega a farda do imperialismo, depois da Grã-Bretanha ter perdido o seu império após a II Guerra Mundial e a França continuar a sua política envergonhada em África (como mostrou na Líbia).



in 'Negócios online'



Mário Rui

Dos loucos que nos habitam


(Clicar na imagem para aumentar)

E como parar um mundo de loucos que a cada instante acossa e intimida o nosso pacato viver, o nosso incipiente sossego? De que natureza, de que massa é feita gente desta? Quem lhes ensinou que o viver dos outros é para destruir, qualquer que seja a causa e, quantas vezes, sem causa.

Que Deus é que acolhe e escolhe espíritos alvoraçados cujo único intento é fazer trespassar a face da lâmina por entre a felicidade de alguns? Díficil é a resposta, mais difícil é dedicar-lhe compreensão por tudo o que planeiam, executam e desmoronam.

Quão trágico é habitarmos uma terra que já passou por tantas ou tão poucas barbáries que, afinal, nada educaram, nada de bom trouxeram à humanidade para que ela se pudesse assumir na sua plenitude. Acima de tudo fazendo carregar por sobre os ombros de homens e mulheres um certo jeito, risonho e sábio, de estar cá.

São os loucos que ameaçam o mundo novo quer sejam, também eles, humanos, máquinas, prodígios da ciência, inovações da tecnologia. Mas a tecnologia não tem culpa. A tecnologia, a ciência, as máquinas, são o que quisermos fazer delas. São valorosas se proporcionarem o bem-estar do Homem, se permitirem que se trabalhe menos e se ganhe mais. Não necessariamente dinheiro, mas conhecimento.

Caso contrário não valem de nada. Só promovem desigualdades, ganâncias, desmedidos sentidos de poder e nefastas influências. E num eventual pacto entre loucos, máquinas e homens, eu opto pelos últimos. São e serão sempre os primeiros.

Ainda que lhes queiram trocar as voltas, aos verdadeiros Homens, serão sempre eles a caldear o azedume com o bom-senso e a arrastar para o abismo o que é supérfluo, o que não nos faz falta alguma e, desse modo, a dar-nos serenidade no que pensamos e fazemos.

Já não sou miúdo, como gostaria de o ser, mas continuo a ler a ver e a escrever. E ainda assim me ficam manias. Especialmente a mania de que há-de vir um D.Sebastião, ou então um cerrado nevoeiro que envolva num manto enorme um guia a quem possa idolatrar e o seu saber me possa elucidar sobre o que não se explica.

Pagarlhe-ia caro, acreditem, os juros do seu talento. Podia ser poeta, filósofo, prosador, cantor das desigualdades, mas que fizesse suas as nossas inquietações. E que levasse os loucos para bem longe da nossa pele. Reproduziram-se e generalizaram-se à velocidade da Revolução Industrial e por cá ficaram, vingaram.

Até que se construa uma Pátria utópica, não os conseguiremos afugentar com pomadas domésticas. Que pena eu tenho!


Mário Rui

Leituras




(Clicar nas imagens para aumentar)


Afinal nada é tão estranho quanto parece.


Mário Rui