terça-feira, 13 de agosto de 2013

O embuste da reforma aos 66 anos

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A família dos chamados pensamentos políticos nacionais está repleta de anões. A democracia, essa milenar “invenção” de uns atenienses ingénuos, para quem a mesma significaria, nas circunstâncias específicas desse tempo, um governo do povo, pelo povo e para o povo, é algo que hoje apenas significa sofrimento para uma faixa enorme da população. O estabelecimento de uma justiça distributiva que a maioria possa reconhecer como sua, protectora dos direitos, das liberdades de cada um e garante de uma vida no mínimo digna, passados que foram longos anos de trabalhos quantas vezes esforçados, para não dizer forçados, é hoje uma miragem. Negação absoluta daquilo que cada cidadão trabalhador pensava ser um fim feliz. O engano da reforma aos 66 anos, como de resto o editorialista do jornal i bem refere, é tão-só empurrar gente que trabalha antes mesmo de atingida a idade para tal. Assim é mais  lucrativo, e fácil, aplicar penalizações aos que saem, penalizações que acabam por dar lucro a um Estado faminto, ávido de saquear a bolsa aos que criaram riqueza para o país. Que raio de regime social nos inventaram. Que raio de aparência de benignidade nos querem “oferecer”. Democracia uma treta! Qualquer remota possibilidade de acção democrática assim feita, começa e acaba aqui mesmo. Eivada de subtis inverdades, onde o que interessa é tentar passar a “peneira” aos desprevenidos evitando desse modo mostrar a nudez crua dos factos. Os governos que para o bem e para o mal elegemos, os que o fizeram, são cada vez mais meros comissários políticos do poder económico. Têm a objectiva missão de produzirem as leis que mais convenientes se mostrem a esse mesmo poder. Depois, introduzem-nas sorrateiramente no mercado social esperando sempre que daí não resulte grande agitação entre a plebe. É tudo missa laica!  Todas estas evidentes ameaças, que o presente e o futuro preparam contra a dignidade racional de quem tinha a suprema aspiração, e o direito, de ainda vir a usufruir de uma feliz “segunda infância”, são as dolorosas realidades daqueles que negam a tal democracia, democracia que nos venderam ao preço do ouro mas sempre e só em proveito próprio. É por tudo isto que eu acho que, nesta altura, o tema que se deve seguir, é o voto ou o não voto! Que seja pois o assunto mais quente do momento, e aparentemente o único que vale a pena, apesar dos seus óbvios riscos. Já pagámos um preço excessivo e inaceitável com as aleivosias de quem nos governa e governou. Estamos cansados das traições cometidas por aqueles em quem depositámos alguma fé!

 
Mário Rui