domingo, 30 de junho de 2019

É um tal encher chouriços...

 
Partindo da ideia de que todas as roupas íntimas são assuntos de interesse nacional, e de que sob o ponto de vista da tradição arreigada entre as pernas podem sempre resultar altercações sociais, então este é o destaque do dia nas televisões nacionais; a “Feira da Cueca”, em Vila Real. Julgo inútil dizer mais sobre esta notícia verdadeiramente importante, embora só quando lida de pernas para o ar. E como ler, ou assistir a algumas coisas que passam pelos telejornais portugueses me causa depressão, acabo por dar razão aos que nunca quiseram aprender a ler. Já agora, deixo-vos o resultado de tão frutuosa contenda informativa; Euros 5 – 6 Cuecas. De facto, a cueca venceu! Bom domingo.

 

Mário Rui
___________________________ _____________________________

Morreu o cartoonista Mordillo


 
D.E.P
Morreu o cartoonista argentino Guillermo Mordillo
O ilustrador argentino morreu no sábado à noite na ilha de Maiorca. Tinha 86 anos.



Mário Rui
___________________________ _____________________________

IV Encontro de Veleiros – Salreu/Estarreja 2019




 
28/29 e 30 de Junho de 2019
 
 
 
Mário Rui
___________________________ _____________________________

O Pescador

 
Quanta melancolia baixava à praia com o cair da tarde! E do mata-ratos tirava-se uma fumaça, mais por distração do que por necessidade. Na cabeça, com a mesma imperturbável serenidade, protegia-se a torreira dos excessos do sol. Enquanto isso, a cada remendo findo acrescentava-se mais uma valiosa esperança no primeiro lanço do dia seguinte. Cosendo à surda na rede, unificava-se a centelha da vida difícil das artes da pesca. Chegada nova manhã, quando os clarões da aurora acordavam as ondas, recomeçava ele a faina, como na véspera, como sempre. Vinda a velhice, as pernas e os braços cansados e entorpecidos, os olhos já enevoados como qualquer bruma praia adentro, era então tempo de ir andando de pouso em pouso remendando outra vida com os camaradas e com uns poucos de decilitros. Sempre se evitava que a solidão alargasse os seus limites e se tornasse acabrunhadora. Era pois tempo de rememorar as vagas que havia navegado, as que havia vencido para chegar ao fim da viagem. Ainda assim, às vezes, só uma voz íntima, em surdina, um rumorejar consigo, porque a peitos outrora robustos é-lhes sempre indiferente o urro alheio.

 
 
Mário Rui
___________________________ _____________________________


Por aí





Mário Rui
___________________________ _____________________________

Assim, sim


Assim, sim. Não há nada como directamente do “produtor” para o consumidor. Em certas matérias, os asiáticos são uma sumidade.
 
Mário Rui
___________________________ _____________________________


Por aí






 
Mário Rui
___________________________ _____________________________

quinta-feira, 27 de junho de 2019

Agora já são lixo aos olhos de quem os vê

Estamos a escassos meses de mais umas eleições legislativas. Significa isto que, à moda antiga e de duvidosa eficácia, vamos apanhar novamente com arruadas, comícios, passeios marítimos, terrestres, aéreos e por aí fora. No entanto, ainda há pouco saídos de outro acto eleitoral, as Europeias, permanecem nos seus lugares de eleição (também), os cartazes dessa campanha de 26 de Maio de 2019. O sentido desta série é, portanto, nitidamente, o de continuar a transmitir a ideia política subjacente, encarnada no símbolo partidário e nalgumas caras, por sinal muitas delas feias como o diabo. Mas enfim, isso até seria o menos importante não fosse o desrespeito à Lei que se aplica aos mais vulneráveis, mas nunca a esta gente. Por aí se mantêm os cartazes, as carantonhas, na aplicação rigorosa dos princípios às vezes mais anti-higienicamente sociais, ambientais e, pior, avessos à Norma. Se são estes os exemplos de (in)cumprimento da regra estabelecida por direito, então vão todos às malvas com a vossa prosápia quando apontam o dedo a terceiros que fogem a outros preceitos normativos. Agora já são lixo aos olhos de quem os vê. E lixo, muito lixo, a um olhar que já não consegue enxergá-los, ou tão-pouco espantar-se, à velocidade de que os expostos gostariam de crescer no ventre das suas mais sórdidas manias de evangelizar pasmados. Já foi tempo de cumprir, já é tempo de remover a proliferação das propostas gremiais, já é tempo de respeitar a democracia, a legislação e o ambiente. É que quanto menos se cumpre a obrigação, mais cada um se crê no direito de acusar o infractor.Tenham decoro! De facto, continua a reinar um descompasso crónico em relação a estas forças políticas, ou seja, o fecho de uma qualquer eleição, para o catador de lixo, é o sinal de que já perdeu o emprego! Para o restante cidadão é a certeza da sua vulnerabilidade à falsa mensagem.
 
 
Mário Rui
___________________________ _____________________________


quarta-feira, 26 de junho de 2019

Dói, dói muito ver isto

 
Óscar Martinez e Valéria, de El Salvador, morreram enquanto tentavam atravessar o Rio Grande (fronteira dos EUA)
Dói, dói muito ver isto. E independentemente das razões políticas que concorrem fortemente para a desumanidade a que chegámos, todos somos culpados pelas nossas formas de inacção colectiva. Sobretudo quando calamos o comunicável, útil até, como grito do nosso nojo por quem fecha os olhos perante o sofrimento físico e o destino pessoal dos mais fracos. Quando a morte ronda nestes propósitos, por muito que a queiram explicar, tudo não passa de acto pudicamente velado pelo sectarismo. Não se escrevem porventura memórias de guerra, de sevícias, de campos de concentração? E não será também saudável mostrar em que lamas o homem se arrasta ou mergulha por vezes, para delas se não erguer mais? E eu calo-me? Os erros são de todos nós, humanos, e não é de esperar que deles estejam isentos os homens que mandam no mundo. Se sou eu que o vou mudar? Não, não sou capaz, infelizmente. Mas afirmo com convicção que não aprendemos nada com o holocausto nazi!
 
 
 
Mário Rui
___________________________ _____________________________


IV Encontro de Veleiros – Salreu 2019

 
Vai ter um rosto ainda mais agradável e em geral risonho. Se quiserem até pode ser o futuro do pretérito. Sim, pois um pouco de presente também é dado a fecundar o tempo passado. Tudo de um jeito simples, colorido, comedido e que faz bem aos olhos como quem olha um belo quadro ou como quem canta uma linda melodia. É nos próximos 28/29 e 30 de Junho, o IV Encontro de Veleiros, no cais. Ou será antes Ribeiro de Salreu? Não importa, é lá no sítio que acho tão “eu” que, às vezes, digo que era o que queria no café da manhã. Não é demais nem de menos, é só o sítio diante do qual sentimos a inutilidade das batalhas. O resto, é aquilo que não envelhece, apesar do tempo.
 
Mário Rui
___________________________ _____________________________

Pássaros

 
A elegância dos que voam na quietude dos que poisam.

 

Mário Rui
___________________________ _____________________________

Para ver e meditar

 

No tempo em que os europeus foram migrantes. Para ver e meditar. (LER AQUI)
 
 
 
Mário Rui
___________________________ _____________________________


Doutor Egas Moniz

 
"A Vida Sexual - Pelo Doutor Egas Moniz"
Publicidade de 1924
 
 
Mário Rui
___________________________ _____________________________


Farol da Barra - Ílhavo/Aveiro, 1920.

 
  
 
Mário Rui
___________________________ _____________________________

terça-feira, 25 de junho de 2019

Michael Jackson morreu há dez anos

 
Michael Jackson morreu há dez anos - 29 de Agosto de 1958/25 de Junho de 2009
Pese embora o número de eventuais asneiras cometidas, efeméride manchada(?), a influência de Michael Jackson na soul e na pop é inegável. Mas assentemos nisto; mesmo sonhando mil coisas loucas, numa ebriedade de vida que o pôs fora do mundo real, a sua história, a boa e a má, nunca deve ser apagada. É ela que nos dá um saber só de experiências feito.
 
 
 
Mário Rui
___________________________ _____________________________


O buzinão



 
E nunca mais assim se buzinou... e já lá vão 25 anos. SCUTs é que é bom, hoje!

24 de Junho de 1994 - Ponte 25 de Abril
O bloqueio da ponte sobre o Tejo, contra o aumento das portagens de 100 para 150 escudos, terminou em confrontos com a autoridade e com uma carga policial sobre os manifestantes. Um jovem foi baleado e ficou paraplégico.
 
 
 
Mário Rui
___________________________ _____________________________


Todos os anos esperanças novas

 
 
 
Mário Rui
___________________________ _____________________________

VII Encontro de Automóveis Clássicos e Antigos – Estarreja 2019

 
 
 
Mário Rui
___________________________ _____________________________

sábado, 22 de junho de 2019

8 de Junho de 1863 – Chegada do primeiro comboio a Estarreja


 
Foi há 156 anos: 8 de Junho de 1863 – Chegada do primeiro comboio a Estarreja.
 
 
Mário Rui
___________________________ _____________________________

Ponte da Varela, Murtosa, 55 anos depois

22 de Junho de 1964/2019
Parabéns, Varela. Há pontes íntimas, familiares, incapazes de dar um passo sem que os vizinhos não saibam.

Não sei por quantos mais anos nos servirá de passagem para a outra margem. Só sei que mais de meio caminho da jornada está percorrido, quer seja para um lado ou para o outro.
 
E que o diga quem vai e vem. É um desinteressado mas sincero afecto aquele que nos argamassa ao embalo nostálgico da travessia da Varela, como se não fosse desde logo motivo de paixão o simples facto de almejarmos a Torreira tão modesta, tão lavada, tão risonha.
 
Sem o consentimento de tabuleiro que tantas fisionomias exibe aos nossos sentidos, a viagem ficaria sempre sem poesia de observação.
 
Sabendo-lhe um pedaço da história, que se liga à história de todos nós, acabo sempre com a ideia de que todo o espectáculo da Ria, depois do mar, da praia e da nossa fruição, é a tempo constante feito especialmente para o seu e nosso gozo.

 
Mário Rui
___________________________ _____________________________

Há 50 anos, uma Taça de Portugal deu voz à democracia




 

Há 50 anos, uma Taça de Portugal deu voz à democracia
Académica de Coimbra – a lição de 22 de Junho de 1969
A final da Taça de Portugal de futebol em 1969, que a Académica perdeu para o Benfica por 2-1, após prolongamento, deu dimensão nacional à luta estudantil de Coimbra que se tinha iniciado em Abril desse ano. Em Coimbra ninguém esquece o ano de 1969, o ano da «crise académica», quando os estudantes da Universidade (UC) afrontaram o regime, clamando por mais direitos, democracia e melhor ensino. Portugal era um país muito diferente nesses tempos. Após mais de 40 anos de ditadura, Salazar tinha caído da cadeira a 3 de Agosto de 1968, abrindo espaço para a renovação do «Estado Novo». A tensão era grande no Estádio Nacional, nessa tarde de 22 de Junho de 1969. A Guarda Nacional Republicana cercava, a cavalo, todo o recinto. Lá dentro, elementos com ameaçadores cães-polícia seguiam qualquer movimento suspeito e um batalhão de agentes da PIDE (Polícia Internacional e de Defesa do Estado) completavam o aparato. Benfica e Académica iam disputar a final da Taça de Portugal, mas jogava-se muito mais do que isso no Jamor. Pelas bancadas, milhares de estudantes universitários ocultavam tarjas com palavras de ordem, à espera da melhor oportunidade de transmitir ao país as suas reivindicações. Muitos foram presos ainda antes do apito inicial”.
 
Mário Rui
___________________________ _____________________________


Por aí



 
 
 
 
Mário Rui
___________________________ _____________________________

quinta-feira, 20 de junho de 2019

Cai a noite em Caracas

 
Sinopse

“Caracas, Venezuela: num país que antes da crise era a terra dos sonhos, da beleza e da prosperidade e que agora está esgaçado pela corrupção, pela criminalidade e pela repressão, Adelaida procura apenas sobreviver.
  
Cai a noite em Caracas é o retrato de uma mulher que, frente a uma situação extrema, terá de transformar-se, renegar o passado para se agarrar a uma nova vida.
É a história de muitas outras mulheres, muitos outros homens, crianças, velhos, encurralados num país em que a violência, a miséria e a traição marcam o ritmo diário da existência”.

 
 
Mário Rui
___________________________ _____________________________

‘CAI A NOITE EM CARACAS’


‘CAI A NOITE EM CARACAS’ (LER AQUI)
“Karina Sainz Borgo conta no livro ‘Cai a noite em Caracas’ a história de uma mulher que vai para lá dos seus limites para fugir da Venezuela. Quando sai, é atravessada pela "culpa do sobrevivente".
 
 
Mário Rui
___________________________ _____________________________