sábado, 15 de outubro de 2011

E porque canta o galo à meia-noite?


Amanhã discutiremos este importante assunto de modo a que possamos tentar perceber tão insólito acontecimento e como tal facto pode afectar a consciência do homem. Pelo menos a minha.

Mário Rui

Sem título



Eu bem sabia que o que tem importância não é o que se enuncia, mas a garantia que está por trás do enunciado.

Mário Rui

Vontade e docilidade



O Governo decidiu "o corte total dos subsídios de férias e Natal", para o próximo ano.A medida de austeridade que afecta de modo relevante e colossal ( o adjectivo é para repetir) tem um custo para o Governo: daqui para a frente não se tolerará qualquer sinal de desperdício e regalias injustificadas. E são muitas as que têm de ser cortadas, a começar pelos políticos, claro está. Se os sacrifícios são para toda a classe média que paga impostos será intolerável ler ou saber coisas acerca de escândalos avulsos que provavelmente irão aparecer, porque há "na política" quem ache que os sacrifícios são para os outros e que uma regalia aqui ou ali não faz mal nenhum. Há entre certos políticos que enriqueceram de modo oportuno por estarem na política e nada mais fazerem ou saberem fazer, em actos e outras mordomias para inglês ver, quem pense que estes pequenos privilégios pouco ou nada contam porque são uma gota no oceano e ninguém repara. Engano crasso! Cuidado! Para começar, enumero apenas uma: o subsídio que os governantes recebem a título de compensação por viverem fora do local onde trabalham ( em Lisboa) e que foi aumentado ignobilmente pelo último governo do Inenarrável que mais tarde ou mais cedo prestará contas, tem de ser reduzido drasticamente. Pelo menos 50% para baixo. E se o não fizerem podem limpar as mãos à parede com o apelo aos sacrifícios para todos.
Mário Rui

Dignidade ferida



Segundo o jornal “Correio da Manhã”, em caso de vitória frente à Bósnia e consequente apuramento para o Euro 2012, cada jogador irá receber 112 mil euros.


E estes garbosos mancebos, tantas vezes sem pão para comerem, bem merecem. De facto, isto só prova que o País está de boa saúde, prenhe de abundância e riquezas mil. Afinal, hoje como ontem, os dirigentes nacionais, sobretudo os que tutelam esta área, ainda comungam da expressão que habitualmente uso para melhor caracterizar o assunto: 'sempre que Portugal marca um golo, o mundo pula e avança'. Vergonha, é o que sinto. Tanta austeridade, tanto sacrifício, tanta miséria e continuam a querer fazer de nós mentecaptos, cidadãos sem direito a uma vida minimamente decente. Austera, mais esta medida. Veneremos pois os jogadores de futebol, idolatremos o que nada vale para a saída de uma crise que jamais acabará, especialmente com exemplos destes. E há muitos mais que, infelizmente, desconhecemos.
Juro solenemente que, com estas condições de desrespeito para com a população que trabalha e que tanto tem apoiado estes bafejados pela sorte, jamais ficarei hipnotizado com os vossos belíssimos toques de bola. Assim sendo, só espero que, em nome da Pátria agonizante que é a nossa, e com este fenómeno de dinheiro fácil ofertado a quem o não merece, resta-me a única alternativa possível e digna; percam doravante os jogos todos que vierem a disputar mais aqueles que nunca disputarão. Dirigentes e demais gente sem princípios e sem fins que gira em torno deste futebol assim visto; não quereis compreender que os outros homens e mulheres são seres que sofrem muito para dar de comer aos filhos? Para os vestir? Para os educar? Para vos sustentar. É gente que até sofre tão-só com a electricidade do ar e das nuvens. Neste quadro, meus senhores, convirá acrescentar que vós ignorais completamente que os vossos músculos estão muito lassos e a vossa cabeça demasiado obscura para que acheis a pedra destes degraus tão dura quanto ela é para nós. Mudem de vida e não defendam permanentemente mentiras, conjecturas e sentimentos diferentes dos nossos. Dos que vos sustentam.

Mário Rui