segunda-feira, 10 de setembro de 2018

MEMÓRIA DO POETA, DA RIA DE AVEIRO AO RIO DAS PÉROLAS


MEMÓRIA DO POETA, DA RIA DE AVEIRO AO RIO DAS PÉROLAS
Jornal Tribuna de Macau (10 Setembro 2018) (LER AQUI)



Mário Rui
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O mal dos outros...

 
Tenho-me reservado a um prudente e recatado silêncio quanto aos factos apontados ao Benfica pela Justiça. A ordinária convulsão dos acidentados terrenos futebolísticos portugueses a tanto me obriga, razão pela qual não emito, por agora, opinião a esse respeito. Para algo existe o futuro. Bom ou mau, aceitá-lo-ei como mera fatalidade do que tiver de ser. O que já não posso é ouvir os vagidos, afinal envoltos na vozearia dos grilos e dos sapos que por aí campeiam, sempre que vêm a terreiro atacar o já atacado clube do meu coração. São pessoas habitualmente dadas à aspiração, só aspiração, de se ultrapassarem a si mesmas, quer através da pobre criatividade que mostram, quer apoiando e admirando “agremiações notáveis” de indivíduos e de outros clubes, que afinal constituem uma mancha intrínseca de seres sensatos que não são. Acham-se imaculados e, parados na contemplação do seu próprio umbigo, insistem na ideia de fazer dos outros parvos. Os seus clubes são igualmente, para eles, instituições sem labéu que se tenha vislumbrado ou sequer se adivinhe no porvir. É essa a normalidade que neles abomino. Uma normalidade tão absoluta que já roça a patologia. Acrescentam a esta, uma outra tendência pretensiosa para imitar os processos “criativos normais” dos seus ídolos, dos seus clubes. Para eles, as suas cores clubistas são sempre meritocracias. As do adversário, essas são sempre organizações perigosas, malévolas e para com elas há um dever marcial a cumprir; o fuzilamento! É a isto que jamais quero chegar. A esta escarnecida, tonta e cega geração a que ainda pertenço. A este pedantismo bacoco da pseudo-ética quando se trata do meu quinhão. Quando é o do outro, esta gente é medonhamente deseducada pelo ataque torpe que me intoxica até aos cabelos. Quanto ao Benfica? Para algo existe o futuro. Bom ou mau, aceitá-lo-ei como mera fatalidade do que tiver de ser. E se um dia vier a assistir à marcha da dissolução rápida do meu adversário, podem crer, jamais serei a concorrer, ou a ajudar, à sua decomposição. Acho feia, indigna, essa postura!
 
Mário Rui
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Porto de abrigo - Torreira





Mário Rui
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Estarreja


Estarreja, quando o amplo céu esmorece no seu largo cinzento e não quer mostrar simpatias. Discutimos-lhe a herança, adivinhamos-lhe o testamento; talvez chuva!



Mário Rui
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Policromias





Mário Rui
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GNR


 
GNR na Praça da Varina - Torreira, 06 de Setembro de 2018
 
 
 
Mário Rui
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Entardecendo





Mário Rui
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Voando



 
 
 
Mário Rui
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Às vezes julgamos que o belo já passou do horizonte








Às vezes julgamos que o belo já passou do horizonte, que a policromia já há muito desfilou e ambos se foram para sempre. É um prazer estar enganado.
 

Mário Rui
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São Paio da Torreira 2018





Mário Rui
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Os setenta e dois anos de Freddie Mercury




Há oralidades, presenças e cantares que nos estremecem os horizontes que algum dia sonhámos alcançar. São como lugares habitados por gente de eleição, onde o assento só pode ser tomado pelos que se aventuraram à quase perfeição. Se fosse vivo, estaria hoje a comemorar o seu 72.º aniversário. Figura de uma afinidade electiva, de uma vida impelida e mantida pelo desejo de transcendência plasmada no canto, na encenação, no que era capaz de transmitir aos que o viam e ouviam. Hoje, tudo isto é a “eternidade” de alguém que somou uma sequência ininterrupta de excelentes episódios aos quais só podemos chamar de “agoras” ainda felizes, repetíveis e insistentemente convocáveis. Parabéns, Freddie Mercury. E obrigado por ainda nos ser possível aprender a gostar de quem sabe estar connosco.



Mário Rui
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A nossa música

 
 
 
Mário Rui
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Os suspeitos do costume


Triste é que sejam os suspeitos do costume a chegar sempre atrasados à importância das coisas.
“O Presidente Michel Temer fala em dia triste para todos os brasileiros”.
"O vice-diretor da mais antiga instituição científica do país, Luiz Fernando Dias Duarte, responsabiliza a falta de apoio e a incúria da classe política”.

 

Mário Rui
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Setembro: Mês Mundial da Doença de Alzheimer e de como eu a vi tão de perto


Para a doença em que se morre duas vezes, e a primeira é em vida – coisa estranha mas real - parece não haver ainda poente que a sossegue em definitivo. Doença degenerativa que leva a um galopante ‘ser’ em ‘não ser’, a par de outras, e que não mais significa do que baixar a ponte levadiça da vida, perder as sentinelas e começar a redigir o terrível manifesto da despedida. É, é assim e mais nada do que este assim. A fala faz-se tardia, a ideia enferruja-se e lá vem o tenebroso estado sem viveza mental, incapaz de exprimir emoções por conta própria. E por conta alheia, dolorosa igualmente, ainda que tentada a esperança, resfria toda e qualquer ideia de efusão de sucesso. Mesmo ao mais simples aceno de batuta, a orquestra que ouvíamos afinada, já só dá respostas destoadas. E a vida, que raio de vida, num acabar destes nunca dá qualquer penduricalho de mercê por bons serviços. É um deplorável episódio de fim de viagem. Não sou médico, de cientista seguramente também não faria reputação, tentei então a ciência no amparo ao drama. Não esqueci a sorte, acalentando a ideia de que para a cativar era preciso insistir. Palavra, acho indecente, o resultado não foi o esperado. É por isso que quero continuar a acreditar que essa ciência, os homens que a interpretam, não vão deixar cair os braços na luta contra a doença, contra as doenças. Que vão conseguir enxugar a neblina que cerra a descoberta das curas de modo a que, tanto quanto possível, se erradiquem os coleccionadores de dramas íntimos. Força ciência, porque em cada cura há gente que quer tornar a viver!


Mário Rui
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Insisto por me parecer que pouco terá mudado


Publicado em 2012. Insisto por me parecer que pouco terá mudado. Se estiver enganado, penitencio-me. (LER AQUI)

Li, ou ouvi, ou terei sonhado, também não importa, que a tragédia ocorrida a 1 de Novembro de 1755, por volta das 9h30, quando Lisboa foi atingida por um violento terramoto, não terá trazido muitos ensinamentos em termos de prevenção e regulamentação que viesse a melhorar a segurança do edificado da cidade. O mesmo é dizer que, a acontecer situação idêntica, o mais certo é que, segundo o Laboratório Nacional de Engenharia Civil, um previsível terramoto venha a matar entre 17 mil e 27 mil pessoas, mas essa estimativa peca por defeito. São acidentes naturais, difíceis de prever e que sempre deixam pouca margem de controlo, especialmente quando já em presença dos mesmos. Em 1755 assim foi e, dado o desconhecimento das técnicas mais seguras para fazer frente a uma catástrofe deste tipo, o resultado foi trágico. Estima-se que terão morrido cerca de 60 000 pessoas. Dizem que passado o terramoto, o Rei terá perguntado ao Marquês de Pombal o que se havia de fazer. Terá respondido ao monarca; «... sepultar os mortos, cuidar dos vivos e fechar os portos». Percebia-se o que queria dizer o Marquês; sepultar os que se haviam finado e cuidar dos sobreviventes. Quanto a ‘fechar os portos’, a expressão só significaria que não seria prudente deixar as ‘portas’ abertas para que novos problemas viessem a surgir ou ‘vir de fora’, enquanto estivessem a cuidar e a salvar o que restava de tão funesto acontecimento. Teria certamente o Marquês em mente que a prioridade era a reconstrução e o novo. Volvidos 257 anos, e a julgar pelo que dizem os entendidos, muito pouco se quis fazer, e sublinho “se quis fazer”, uma vez que os dados disponíveis assim o demonstram. Em Julho de 2010 todos os partidos votaram, por unanimidade, uma recomendação ao governo, para que se criasse com urgência um plano nacional com vários pontos decisivos: redução da vulnerabilidade sísmica das infra-estruturas hospitalares, escolares, industriais, governamentais, de transportes, energia, património histórico e zonas históricas dos núcleos urbanos. A resolução recomendava ainda ao governo o reforço do controlo da qualidade dos edifícios novos e a obrigatoriedade de segurança estrutural anti-sísmica nos programas de reabilitação urbana. Mais de dois anos depois, o(s) governo(s) não fez nada: limitou-se a propor um modelo de seguros, para indemnizar os prejuízos materiais dos sismos. Estou plenamente convencido que será medida ainda pior que o próprio sismo. Pelo menos para os atingidos pelo mesmo. Para outros, como de costume, ouro sobre azul! A Sociedade Portuguesa de Engenharia Sísmica, num parecer enviado ao parlamento, reagiu com indignação: «a opção do governo é ineficiente, eticamente condenável porque não se preocupa com a salvaguarda da vida humana e contraria a resolução da Assembleia da República». Eticamente reprovável. Leram bem? Mas afinal haverá alguma cousa eticamente louvável que assista a esta gente? Toda ela sem distinção, digo eu. Pouca, muita pouca coisa!

 
Redução da vulnerabilidade sísmica das infra-estruturas hospitalares, escolares, industriais, de transportes, energia, património histórico, zonas históricas dos núcleos urbanos, etc, etc, etc, não conta para nada. O reforço do controlo da qualidade dos edifícios novos e a obrigatoriedade de segurança estrutural anti-sísmica nos programas de reabilitação urbana, também não convém. O que convinha mesmo, e foi feita, era a obra de reforço anti-sísmico do edifício da Assembleia da República. Quando o sismo chegar, esta espécie humana e em número apreciável que habita a casa, há-de vingar em detrimento dos médicos nos hospitais, dos professores e dos alunos nas escolas, das forças de segurança, dos meios de socorro e por aí fora. Até em presença de aspectos que parecem ser de somenos importância – parecem mas não são -, quando valiosos para gente do calibre da maioria dos nossos políticos, até nisso esses espíritos metódicos e calculistas são ordinariamente os menos solidários e respeitadores da condição humana dos outros. Dá que pensar, não? A mediocridade é o elemento mais saliente desta casta. A acontecer uma tragédia sísmica, e rezemos para que nunca se faça sentir, os moradores da AR ficariam para reconciliarem os mortos, para tratarem das montanhas e serras que dão abrigo aos vales. Eu duvido muito é que tal estado de coisas viesse a renascer das cinzas e se renovasse pela morte de tantos portugueses úteis. E também já não se “fazem” reconstrutores do tipo Marquês de Pombal. Agora já só há imitadores! E, mesmo assim, péssimos.
 
Mário Rui
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É a EDP, dizem os jornais


Em causa, explica a AdC, estão danos para os consumidores de cerca de 140 milhões de euros. (LER AQUI)
EDP: aduba, rega, colhe, recebe rendas, fantasia, engana a clientela, mas é a EDP. Dizem os jornais. E lá segue imperturbável por índole e por cálculo profissional, sempre. É a EDP, dizem os jornais. São “evoluções” de um interior bem gerido, pois então, que cria, engorda, distribui, compõe o rito da própria tribo. É a EDP, não dizem os jornais. E tem autoridade, influência e força para obrigar os jornais, o Estado, os governantes, o país, a não lhe medir os passos, quanto mais a energia, a do chefe e a eléctrica. Nem o nome do gestor de topo é assinalado. É a EDP, também não dizem os jornais e basta! Mesmo que se ergam novos Deuses, ao lado, senão mesmo sobre o pedestal dos antigos; Bava, Sócrates, Salgado, Pinho, Loureiro, Costa, Lima, Vara. Tudo divindades que, ao tempo, desenvolveram a moral, adoptaram cultos de cuja culminância ficou a bendita e infinita transformação da nossa sociedade e com corolário de que vingaram as mil aparências da realidade. Ninguém viu, na altura. Continuamos cegos, hoje. Não aprendemos nada! Viram-na, a essa luz da fortuna, passar como relâmpago nos olhos, alguns inspirados. Poucos e fartos. E é Portugal, digo eu, mas raros jornais o atestam. Nem d'outra  lei precisamos. Esta está bem. Agora precisamos é de bálsamo e conforto para os que pagaram a factura, serviu como ensino de bocas humildes, e de muito desprezo pelos que viram, leram, mas não decoraram, coitadinhos dos bocas largas. E se um dia certa imprensa vos disser que afinal a EDP foi só o sobejante das divindades d’outrora, não acreditem nela. É que as divindades nascem como cogumelos e a imprensa, alguma, é apenas um ajuntamento de homens e mulheres com necessidade de obedecerem para não sucumbirem!
 

Mário Rui
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Concerto do Grupo "Quatro e Meia"


 
Concerto do Grupo "Quatro e Meia" - Torreira, Agosto de 2018
 
 
Mário Rui
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Incêndio destruiu o Museu Nacional do Rio de Janeiro

 
É triste quando as coisas que valem um tratado de educação desaparecem. Ficou mais pobre o Brasil e o mundo!
Incêndio destruiu o Museu Nacional do Rio de Janeiro. Todo o arquivo, fundado há 200 anos, perdeu-se nas chamas.

 

Mário Rui
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Praia da Torreira - Agosto de 2018





Mário Rui
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S.Jacinto - Agosto de 2018




Mário Rui
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Praia da Torreira - Agosto de 2018




Mário Rui
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Casar logo depois do divórcio não tem maioria no parlamento


Casar logo depois do divórcio não tem maioria no parlamento (LER AQUI)
E está em falta uma coisa para o debate, seguramente. É a questão da pensão que tem frequentemente dois problemas sérios. A que um vai receber e a que o outro vai habitar. Já que tanto se legisla, porque não pensar nisto mesmo sabendo-se que o pior de tudo é que tem sempre discussão no final; do casamento e no parlamento...

 

Mário Rui
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