quinta-feira, 22 de agosto de 2013

A Gaiola Dourada


A Gaiola Dourada

Não, não se trata do recente filme do luso-francês Ruben Alves.

Esta é uma outra gaiola, portuguesa, a que alguns chamam de “política nacional”. Entra-se “depenado”, sai-se “farto”. Não é dourada? «Só sábios éramos sete», agora são aos milhares…

Mário Rui

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Mário Rui

A reforma do Estado


Pobres governantes. A reforma do Estado já anda para ser feita desde o reinado de D.Miguel. A cada governo que passa, ouvimos sempre a mesma prosápia. Balofa, enganadora e sem qualquer sentido. Em termos práticos, nada tem sido feito. De resto, o que era absolutamente indispensável tem sido propositadamente esquecido. Reorganizar o próprio modelo de governo. Funcionários públicos em excesso? Sim, de facto são em excesso os funcionários dos gabinetes de apoio aos ministros, aos secretários de estado e aos respectivos serviços. Mas disto ninguém fala. Não convém. Cerca de 63% dos funcionários públicos não prestam serviço aos cidadãos, mas antes a estes órgãos, afinal verdadeira administração pública paralela. Agora descobriram mais uma péssima medida. O aumento do horário de trabalho para as 40h semanais. Como se isto resolvesse alguma coisa. Apenas vai servir para o governo, no final do ano, dividir o dinheiro que gastou em salários por 40h e depois demonstrar internacionalmente que baixou o custo/hora na administração pública. Do ponto de vista prático, não vai haver mais produtividade. Ninguém vai trabalhar mais e ninguém vai trabalhar melhor. Depois, quando se aumenta o horário de trabalho mas não se alteram os processos e as formas de trabalhar, a produtividade não aumenta. O governo, o actual, como de resto todos os anteriores, nunca tiveram nenhuma estratégia para a gestão dos recursos humanos na administração pública. O próprio relatório da OCDE, que o governo pediu e foi publicado em Março, aponta essa mesma falta de estratégia para a gestão do capital humano no sector. Tudo se resume a uma gestão casuística ditada pelas necessidades orçamentais. Mais nada. Trata-se de fobia financeira. Mas em Portugal, infelizmente, nem com quem sabe os governantes aprendem. É que os países que apresentam maior produtividade nesta área, são justamente os que têm mais baixos horários de trabalho do mundo. Mas este é só um dado para que possamos abrir bem a “pestana”. Já nem os tolos conseguem enganar! Mas há mais: o próprio diploma que foi aprovado na generalidade da AR atribui a responsabilidade aos serviços de fazerem uma lista das necessidades dos trabalhadores por serviço, o que quer dizer que nem o governo sabe, em cada sector, se tem trabalhadores a mais ou a menos. É através da renuncia a esta vontade dirigista de fazer mal que a administração pública deve optimizar a sua eficácia. E isto não tem nada a ver com posições políticas de esquerda ou de direita. O dever social do trabalho não tem nada que o ligue a propostas enganadoras de fazer mais e melhor. Mais e melhor faz-se com uma gestão participativa e nunca com a tendência de tratar os outros como simples assalariados. Seria bom que os contribuintes líquidos também percebessem estas “manobras” matraqueadas.

Mário Rui

Campo de Salreu - Estarreja






















Mário Rui