quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Sensualidades



Éramos todos mais novos. Nesse tempo líamos “Helga, o segredo da maternidade”. Foi a primeira obra verdadeiramente honesta sobre um tema profundamente humano e, ao tempo, quase desconhecido. Confundíamos então educação sexual com sexo. Éramos assim! Frutos da árvore que em nós quiseram plantar. De cariz completamente diferente, depois veio 'Emmanuelle' star Sylvia Kristel. Não li, mas vi. Colidiu com numerosos pressupostos morais, com hábitos sociais e com uma ultrapassada "política" de sigilo que se opunha  à disseminação não só dos ensinamentos sensuais como também à divulgação dos mais simples princípios de orientação e de mentalização da minha juventude. De qualidade cénica duvidosa, nem por isso deixou de marcar pontos quanto a alguns ensinamentos e ao abrir da pestana que tanto jeito nos fez. Pela minha parte só me fortaleceu. Era holandesa e resta-me acenar-lhe cordatamente para a última viagem que agora chegou.
 
 
Mário Rui
 
 

Fé e religião

















Quanto à fé que a cada um assiste, não a discuto. Até já vi cépticos que foram convencidos pelos argumentos.  A religião, essa discute-se. Somente os tolos não encontram bons motivos para o fazer.  Ainda assim parece-me que uma e outra acabam sempre de mãos dadas. Afinal na religião, como de resto na política, não há esperança sem fé. Mesmo tratando-se de dimensões opostas. Mas certo, certo, é que o bonito é diminutivo e o belo é aumentativo. Inequivocamente.  

Mário Rui

Candidaturas

























Sendo certo que uma boa causa não teme nenhum juíz, nem mesmo assim fico convencido da candidatura de um cidadão investido de autoridade pública, leia-se administrador da justiça do Estado, a presidente de um clube de futebol, na circunstância o meu Benfica. Quem faz justiça, qual sacerdócio, deve respeitar religiosamente a vontade clara da lei. Para respeitar a lei e para ser respeitado, um juíz não é seguramente um sujeito comum no seu meio social e o que se espera dele é que seja um verdadeiro referencial. Mediatismo, praça pública, ruído social, não serão os modos mais eficazes para levar por diante uma postura que se quer recatada e sóbria de modo a que nunca seja tomada como vulgaridade. O seu a seu dono!
Mário Rui