quinta-feira, 21 de março de 2013

Brevemente, numa televisão perto de si
























Sócrates volta à cena política para ser comentador da RTP


Irá comentar a crise, ou a crise, finalmente, ocupar-se-á de o comentar?

E será que a RTP não podia convidar também o Sr. Oliveira e Costa para comentar os problemas da banca?

Mário Rui

Uns e os outros


Não deixa de ser curiosa a discussão, que alguns já levaram a cabo, sobre os vencimentos que são pagos a diferentes classes sociais. Digo curiosa já que tal situação espelha bem a mentalidade democrática de países diferentes e povos distintos. Cada qual, com os dirigentes que elegeu, apresenta visão diversa sobre o assunto, o que no fundo mais não é senão o retrato fiel da condução de políticas, acertadas em alguns casos, ruinosas noutros, feitas por gente que tanto pode ser amiga e digna, como pode ser a personalização mais gloriosa da soberania do desprezo pelo trabalho dos outros. São mentalidades que assistem a muito boa alma a cuja consolação de cumprir um destino um dia julgou estar destinada e, afinal, na maior parte das vezes, acabou traída pela sua própria sede de ganância. Felizmente para algum mundo, ainda subsiste um naco de erudição política que concorre para o bem comum e, desse modo, há sítios onde não habitam essas chamadas naturezas vulgares que tudo esmifram e pouco repartem. Ora, ao invés, o que sucede com as consciências boas, conscientemente reflectidas e reforçadas na mais legítima compenetração do dever, é que pensam na honra e dignidade dos mais desfavorecidos e, vai daí, sempre conseguem fazer prodígios de economia que a quase todos contentam. E o mais elucidativo deste fenómeno radica no facto de não estarmos a falar em países ricos por natureza, mas antes governados com juízo, com prudência. A Suiça será certamente um desses lugares. Embora boa parte do território seja coberta por lagos e montanhas, com poucas áreas cultiváveis e o país não seja rico em recursos minerais, a Suíça é uma nação altamente desenvolvida. Poderíamos ficar aqui horas intermináveis a tentar perceber das razões que levaram esta nação à prosperidade e felicidade q.b. do seu povo. Escasseando os recursos da mãe-natureza, apostou nos recursos humanos, o melhor meio para alcançar o desiderato do bem-estar dos seus habitantes. Sociedade perfeita? Não, mas muito melhor que países que se tornaram verdadeiros serviços de enterramento tal foi o bucentauro que dilacerou as entranhas do seu povo. De resto, se alguma similitude fosse possível entre nós e eles, os suíços, então aí estaria a discussão de que falava no início deste escrito para deitar por terra semelhante aspiração. É que lá já se discutiu e decidiu o que fazer quanto à limitação dos salários máximos, exorbitantes, de algumas pessoas. Cá, tão-pouco conseguimos acertar o salário mínimo a atribuir a quem dele mais necessita. Há melhor prova quanto à infância do nosso pensamento político ou humanista? Lá, referendou-se o assunto. Cá, ainda temos cristãos da igreja primitiva para quem o baptismo, a confissão, a missa, a comunhão, a prática de todos os sacramentos e de todas as cerimónias a mais não os educou senão ao desprezo por quem labuta por um futuro com pão. Chamem-se eles de Belmiro, Ulrich, Gaspar, Sócrates, ou o raio que os parta!
Mário Rui