quinta-feira, 28 de maio de 2015

FIFA: um relvado semeado de armadilhas como um todo maior que a soma das suas partes


O que acho interessante, por lamentável, é o continuado silêncio da velha Europa, a do futebol maravilha enrodilhado em sonhos, face à quieta contemplação destas coisas. Parece que mais uma vez fica provada a eficácia da justiça norte-americana, dando lições de como resolver os assuntos pela acção em lugar da passividade de uma FIFA que rapidamente esconde, digere e, depois, regressa  ao apetite de tudo manter sonegado. Pelos vistos, não obstante todas as vicissitudes que lhe assistem, ainda vale a pena acreditar numa América que procura conhecer e combater esse viveiro de descobertas retrospectivas e maléficas já que a Europa, em muitas matérias, ou em quase todas que clamam por justiça célere e produtiva,  persiste em ser apenas a essência da sua própria comicidade. Não há dúvida de que é inútil e prejudicial  lamentarmo-nos perante tudo o que os EUA fazem; vale bem a pena é sabermos diferenciar o que de menos bom de lá vem, mas também aplaudir sem rebuço as virtudes que possuí. Afinal, por cá, na Europa da FIFA  e de muitas outras FÍFIAS, a bolha de sabão que outrora brilhava à sua frente, tornou-se água vulgar.
 
“Sete dirigentes da FIFA, entre os quais dois vice-presidentes do organismo, foram, na madrugada da última quarta-feira, detidos na Suíça, a pedido da Justiça norte-americana, que solicitou a sua extradição para que sejam julgados por corrupção.  As detenções foram levadas a cabo pela polícia suíça, no luxuoso hotel Baur au Lac, nos Alpes, onde os dirigentes se reuniam para um encontro anual. Em causa estarão suspeitas de corrupção nas duas últimas décadas, envolvendo os concursos dos Mundiais de futebol, negócios de marketing e transmissão de jogos.”
 
 
Mário Rui
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