segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

Percorrer outra música, encontrar novas emoções


 
Ano que finda, ano que começa. Um já foi, outro é esperança. Chegou a hora do ano relho ser destituído do cargo, posto no rol dos que já pertencem ao passado. E, assim, cada um manifesta-se em razão do que queria e não obteve, outros tantos do que não merecendo conseguiram. Mais um ano em que alguns ricos não ficaram mais pobres e muitos pobres não ficaram mais ricos. Teria dado jeito, mas é a vida, seja lá isso o que for, e esta foi a realidade do ano que agora se fina e popular até à vulgaridade. Desapontamentos e alegrias, coisas opostas sofridas pelos naturais da ocidental pátria lusitana, que o mesmo é dizer que houve gente a quem não calhou o ano da graça de coisa alguma, tendo para outros sido um ano de graça. Mas, agora, está aí um nascente. E, consultados os augúrios
habituais, a conjugação dos astros e o que está escrito nas estrelas, tudo predições que me não convencem, ficamos apenas na frágil expectativa da chegada de uma lotaria que sorria à fortuna modesta por que sempre ansiamos. Aí, também a imaginação de cada qual terá muita variedade de paisagem que fecunde o Ano Novo, conquanto seja possível sentir o toque das coisas boas, das sonhadas e não sonhadas. Mas, mesmo que o quotidiano se faça rogado, o viver custe esforço, o pão caro, a fruta com bicho e a política com sofisma, tudo contingências com vontade de nos lançar por terra, não nos entreguemos de repente. Ainda os mesmos esforços, ainda o mesmo orgulho, pois quem sabe se, no seu coração, 2019 não tecerá alguma coroa de êxitos para todos. Fica o desejo já que não são os sonhos que nos atraiçoam, é a realidade. E essa, às vezes, conseguimos fazer com que não nos doa. Fazendo de rochedo, não de onda. Bom Ano Novo a todos.
 
Mário Rui
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