domingo, 16 de setembro de 2012

Uma partida inesperada




















O vice-presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD) António Nogueira Leite, afirmou há dias que se “pira” do país, ler aqui, se houver novos aumentos de impostos. Na hora em que escrevo estas linhas estou positivamente em pranto, qual charco de lágrimas à minha volta, tal é o modo como fui apanhado desprevenido com a sua eventual ida.

De facto, o país e eu, não nos conformamos com a ideia do abandono de tão proeminente figura da nossa praça. Dito pelo próprio, é ainda mais pungente este acto de coragem, de galhardia. Porém, como ficará Portugal se tal coisa vier a acontecer? Mais pobre, certamente. Alvitro mesmo uma choradeira nacional a este querido líder, à boa maneira do último adeus a Kim Jong-il. E a fazê-lo corar de vergonha. Ao Quim filho, entenda-se. Estou certo do que significarará esta partida intempestiva.

De resto é por isso mesmo que, antecipadamente, aproveito para avisar as autoridades competentes no sentido de que façam algo enquanto é tempo. As lágrimas que rolarão pela face de milhões de portugueses farão transbordar rios que, com a sua solidária energia,  levarão as margens a parecerem castelos de cartas. Será o desmoronamento total. O caos e a anarquia. Um povo sem timoneiro que, por mais mil anos, no mínimo, digo eu, ficará ao sabor da sua triste sorte. Um milénio para encontrar uma nova luz, candeia que ilumine o nosso caminho.

Não te vás, António. Tudo o que te queremos dizer é que nunca te perderemos de vista. Gostávamos mais de te ver por cá mas, se esse fôr o teu desígnio, pois que embarques na senda do teu sucesso. Bem sei que já o sentiste junto do teu povo. No entanto, estender esse teu braço solidário, ternamente amigo e virtuoso, deve ser um bem que a todos deve assistir. Até aos outros que habitam o sítio para onde tu vais.

Capitularemos! Nós todos. Ainda assim, como há serviços tão subidos que só a admiração ou a glória os pode recompensar, cá ficaremos à nossa sina para jamais te esquecermos. Mas olha, António; se de facto partires, leva contigo mais uma dúzia. Dos bons. Vê se arrebanhas um número jeitoso dos que nos levaram ao actual estado de felicidade colectiva. Pelo sim, pelo não, arranja-lhes um casulo que é assim uma espécie de princípio de uma nova e ainda melhor vida. Para nosso continuado bem.

Por último, é nosso imperativo dizer-te mais uma coisinha; a mocidade é realmente temerária; presume muito porque sabe pouco. Como és jovem, António!

Mas como o teu povo afinal parece-te ser um auditório de tolos, então vai-te, vai-te. Cá permaneceremos já que tal velhaca gente há-de vir a ser fecunda. Mesmo sem a tua companhia.

Mário Rui 

"É preciso que nada venha complicar ” o ajustamento



















As opiniões circulam como as moedas, poucas pessoas são capazes de verificar o seu peso, toque e valor intrínseco. Como é possível que um homem destes  ainda fale? Votou ao desprezo a supervisão da esfaimada banca nacional,  deixou que a degeneração moral dos banqueiros fosse qualificada de “regeneração” politica e, agora, ainda lhe sobra tempo para uma espécie de “sinceridade” imprudente. Tudo isto é de uma nudez indecente e desprezível.  A ambição cega do mando e do poder tem feito infeliz muita gente.

Mário Rui