quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

As costas do Passos e os passos do Costa


Eduardo Barroso trava nomeação e pressiona ministro a retirar convite
Governo reestrutura a dívida com o FMI
 
Não há muito tempo, os menores particulares deste género, seriam pretexto para um rol infinito de agressões políticas visando os papéis dos que governavam. Histórias destas eram escalpelizadas, e bem, pelas oposições e daí até se fazerem capas implorativas de jornais, era só um saltinho de pardal. Mesmo espavorindo o senso comum, também havia p´ra aí uma academia de maduros cheios de bagagem, oposição, imprensa, falantes das redes sociais, que logo vinham a terreiro, apesar de tudo bem, repito, mas na maior parte das vezes com trovadorias esmaltadas cujas líricas acabavam sempre no desejo de que o então governo morresse de esgana. Incompreensivelmente, tudo isso parece ter acabado, mas não por se estar a fazer diferente para melhor. O que infelizmente não abalou ainda foi o jogo de interesses que então, como hoje, se mantém glutão, qual coesão étnica, e a querer aplicar continuadamente o seu veto a tudo o que possa mexer com as suas ciências pessoais e naturais. Mas criticar esta atitude do senhor doutor não interessa posto que o mesmo também deve ser socialista. Dito isto, fica-me a certeza de que a imparcialidade que alguns arvoravam nesse tempo, agora não é mais do que um silêncio comprometido e especialmente manhoso em tratando-se de não falar ou escrever criticamente quando as forças políticas no poder são as das suas cores. Futricas do governo, continuam à farta, some-se então o último exemplo quando ontem, aí pelas seis da tarde, enquanto o mundo chorava David Bowie, António Costa e Centeno reestruturavam a dívida portuguesa. Ninguém viu, ouviu ou leu na altura certa, o que desde logo é comportamento altamente ‘democrático’, mas o que já se conhece é que o pagamento grosso que falta fazer, virá lá para os anos em que não se sabe se o governo ainda será do PS. Mas não importa; quem vier a seguir que pague a conta. Jornais a falar disto, nem pó! Não se discutiu nada em público, mas se fosse com os outros até a Natureza já tinha sido insultada. Quanto à academia de que antes falei, nem me dou ao trabalho de condená-la à exclusão, disso já há muito tratei pois bem lhe conheço a prosápia só comparável à das estátuas não célebres. Não dizem nada de jeito, resumem-se ao grupo do elogio mútuo. Se és do meu partido, calo-me, se não és vocifero! Da imprensa que esconde o que lhe convém, direi apenas que é tipografia barata feita por aprendizes de tituleiros. Se ontem blasfemava, e bem, hoje deveria ter igual conduta. Também lhe assentava que nem uma luva, mas pelos vistos não lhe convém e eu já percebi que quando assim é, chega sempre atrasada (quando chega) à importância das coisas e da crítica. Passos e Costa? Não muito diferentes, o que mudou foi a gazeta do dia, mais a febre podre dos apaniguados e também a fétida maneira de agravar uns e desagravar outros. Vá-se lá saber porquê!
 
Mário Rui
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