domingo, 23 de agosto de 2020

O resultado de sete séculos de incúria está à vista: ardeu tudo.



Vítor Manuel Ramalho

11 de agosto

Foi uma ideia original de D. Afonso III e de seu filho D. Dinis, plantador de naus a haver. Estúpidos e meio boçais, nunca apresentaram um Plano de Ordenamento e Gestão Florestal. Depois deles, o filho da mãe do D. Afonso IV não mandou fazer estudos topográficos e geodésicos. D. Manuel I, desmiolado, esqueceu-se de estudar os resíduos sólidos e os recursos faunísticos. D. João V, esse palerma, desprezou os avanços da bioclimatologia e da ecofisiologia das árvores.
A maluca da D. Maria I não percebia nada de biologia vegetal e da diversidade das plantas. No fundo, era uma reaccionária.
O resultado de sete séculos de incúria está à vista: ardeu tudo.
Há-de ali nascer um novo pinhal, após rigorosos estudos académicos e científicos. Em vez do bolorento nome de Pinhal de El-Rei, irá decerto chamar-se Complexo Bio-Florestal 25 de Abril, com árvores de várias espécies para assegurar a pluralidade, esplanadas e bares, passadiços, zonas culturais — e uma ciclovia asfaltada da Marinha Grande a São Pedro de Moel.
Estou certo de que o projecto assentará numa "visão pós-moderna da natureza" e no "conhecimento da dinâmica dos sistemas vivos", além da “capacidade de análise e interpretação da paisagem como meio influenciador do homem”.
Bem vistas as coisas, tivemos muita sorte..
O que nos espanta é como foi possível. Tantas centenas de anos sem aviões para apagar fogos, sem SIRESP, sem carros de bombeiros, sem autoridade (?) da protecção civil e sem diversificação das espécies … e só agora (que já temos estes meios toda) é que ardeu !!!




Mário Rui
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Praia da Torreira - Agosto 2020











Mário Rui
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Estarreja d'outrora - Capas de Jornais






“Ecos do Antuã” – 1 de Setembro de 1917

“O Republicano” – 6 de Julho de 1919

“A Notícia” – 17 de Abril de 1919

“A Soberania de Estarreja” – 12 de Setembro de 1920

“A Voz da Estarreja” – 2 de Junho de 1921

Da circunstância de ter havido no concelho, ao tempo, os cinco citados jornais, certamente com todas as dificuldades de técnica tipográfica, que não das letras neles vertidas, bem se pode orgulhar esta terra de ter vazado em formas eloquentes a palavra e o sentimento através da pronúncia de tantas notáveis sílabas. Sem esquecer de modo nenhum, porque seria injustiça, outros mais que entretanto pontificaram e os que ainda hoje se mantêm como pedaços vitalizados da imprensa local, “O Concelho de Estarreja” e “O Jornal de Estarreja”, seculares que são, é caso para dizer que vem de longe essa ressonância das letras impressas. Serão poucos os concelhos nacionais com tal estro de pena, razão pela qual o de Estarreja, há-de, seguramente, exercer nos destinos da imprensa regional portuguesa a mais prestigiosa acção.



Mário Rui
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Cavani, Cavani, no ‘princípio era a verba’. E agora é o quê?


Sinceramente, mesmo tratando-se do meu clube, já começo a ficar farto de jogadores da atmosfera, da biosfera, da estratosfera e outras feras mais. A coisa já se assemelha mais a um concurso de tiro aos pratos do que propriamente à contratação de um atacante. Sobeja para entreter mas já chega para cansar. A menos que o problema da sua vinda resida na divergência quanto à cor das cuecas a usar. E se realmente for esse o grande busílis da questão, então ainda espero mais um tempinho. De contrário, desconfio que se o acordo não se concretizar, será caso para afirmar que se Maomé não vai à montanha, a montanha 'vaia' Maomé. Era só!



Mário Rui
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Barcos





Mário Rui
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Música





Mário Rui
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Dos idiotas (in)úteis



Somos uns idiotas hipócritas! Mas há uns que ainda conseguem ser mais hipócritas do que outros. E o resultado disso é justamente a multiplicação de idiotas que jamais se dão conta de sê-lo. Estou fartinho que me iludam com as falsas alternativas da propaganda ideológica imediata.



Mário Rui
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Por aí





Mário Rui
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sábado, 15 de agosto de 2020

Ministra garante que “dimensão dos surtos nos lares não é demasiado grande”


Ministra garante que “dimensão dos surtos nos lares não é demasiado grande” (LER AQUI)

É lamentável a coincidência desta existência política declinante com estas carreiras nascentes de ministras. Se hoje houvesse gente de boa gema e com vínculo sagrado à causa pública, o mínimo que deveria fazer era dizer a esta senhora que despisse as modestas qualidades humanas que revela, provadamente inúteis, e que as trocasse pela grandeza dos 18 mortos de Reguengos de Monsaraz. A dimensão de surtos “não é demasiado grande em proporção”? Não é a proporção que moraliza a sociedade e honra o país. O que honra o cidadão, o que muitas vezes o faz sentir útil e digno, é a correcção oportuna, necessária, fraterna e educada das palavras que lhe são dirigidas, sobretudo quando se trata dos mais idosos. Isso é que é o testamento de uma carreira política notável. E não falo de caridade cristã, falo apenas de justiça ordinária e reconhecimento humano. O resto, é ninharia de ocupar divagações tolas.



Mário Rui
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Pardilhó d'outrora - Fonte da Samaritana, em Pardilhó, Estarreja.





Mário Rui
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Entre um pingo e outro o tempo parece estar para vender sombras.





Mário Rui
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De facto, o que é difícil é jogar simples.



De facto, o que é difícil é jogar simples. Depois, ganhar é fácil! O treino foi óptimo para o Bayern.




Mário Rui
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Razão forte





Mário Rui
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As grandes transferências que dão formosura com que suprir a pobreza televisiva


Vai quente este Verão no que ao futebol diz respeito. Se pensarmos no muito que alguns canais de televisão lhe têm dedicado, especialmente quanto a transferências, ficamos na certeza de que quase todos eles vendem informação a retalho já que por grosso não é o seu forte. E retalham, retalham tanto, que no meio de tão profuso parlapié já só conseguem, teimando sempre, é colocar mais zeros à esquerda das suas congeminações. Mas enfim, é o que temos e não deixará de ser interessante, interessante mas pouco original, é que a próxima temporada da bola há-de ser como as outras, boa se não for má, e má se não for boa. Tudo se resume a isto. Portanto, ao largo, e cara alegre pois esta fauna interpretativa do esférico nacional apesar de ser oca, é fradesca de apetites quanto a enganar os mais distraídos. A gente nunca sabe por onde a tem, mas lá que ela anda por aí, anda. Por mim, sendo o nosso futebol coisa já de si complicada e pornograficamente cara, bem dispenso o esforço desses faunianos para o intricar ainda mais.



Mário Rui
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Alfred Hitchcock



13 de Agosto de 1899, Leytonstone, Londres, Reino Unido / 29 de Abril de 1980, Bel Air, Los Angeles, Califórnia, EUA.



Mário Rui
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Torreira d'outrora - Barco Moliceiro





Mário Rui
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Por aí






Mário Rui
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Descanso





Mário Rui
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terça-feira, 4 de agosto de 2020

Alcácer Quibir: visão ou delírio de um rei, o “encoberto”?


4 de Agosto de 1578 / 2020 – 442 anos depois.

Em 4 de agosto de 1578, ocorreu a Batalha de Alcácer-Quibir, Marrocos, entre as tropas portuguesas comandadas pelo rei D. Sebastião e o sultão do Marrocos. As tropas portuguesas foram dizimadas. O rei D. Sebastião perdeu a vida no combate e a maior parte da nobreza portuguesa foi massacrada tendo os sobreviventes sido feitos prisioneiros dos marroquinos.

Raras vezes uma batalha teve um impacto tão determinante como o confronto entre marroquinos e portugueses nessa batalha. Para Portugal o desastre significou a perda da independência e o fim do primeiro império europeu fora da Europa.



Mário Rui
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Por aí






Mário Rui
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Capa do jornal "O Concelho de Estarreja" - edição de Agosto de 2020





Mário Rui
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“Portugal não registou qualquer óbito devido à covid-19 nas últimas 24 horas”


“Portugal não registou qualquer óbito devido à covid-19 nas últimas 24 horas”

Os significativos 'zeros'

É um dos raros ‘zeros’ que vale vidas. E é justamente por não conhecer muitos destes, que o saúdo. Não só por representar um ganho a quem por uma causa destas combateu e combate, abraçado a ela, mas também porque quanto mais importante for a esperança, mais tempo precisamos de habitá-la. Venham muitos destes zeros pois tal esperança é, acima de tudo, um exercício necessário de resistência.



Mário Rui
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Por aí.






Mário Rui
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Ilustração de Pascal Campion





Mário Rui
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A causa está modificada. Maldito vírus.





Mário Rui
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Bares e discotecas podem abrir, mas desde que não sejam bares e discotecas


Ora aí está! Bares e discotecas podem abrir, mas desde que não sejam bares e discotecas.

Ou seja, isto não é carne, nem peixe. O que vale é que há sempre limões! Na falta destes, ainda temos os caracóis! O que é facto, porém, é que não inventámos, até agora – pelo menos aparentemente – nenhuma forma preferível de nos socializarmos como dantes. E entre algumas tolices de hoje e as maluqueiras de ontem, eu preferia estas últimas. Sempre nos ríamos das nossas próprias obsessões privadas e das frustrações que não conseguíamos suportar. Apesar de tudo, era bem melhor do que agora.



Mário Rui
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