quarta-feira, 4 de julho de 2012

A partícula de Deus


















Pronto, temos o caldo entornado ler aqui ! E queres saber em que consiste? Oh, esquece, deixa lá isso...

Mário Rui

Licenciaturas e afins











Se há assuntos sobre os quais não me sobra paciência alguma para discutir, são os das licenciaturas dos políticos portugueses. Em primeiro lugar porque com ou sem licenciatura, continuam na sua maioria a ser maus políticos. De resto se alguns não tivessem estudado tanto, talvez o meu país não estivesse no estado em que está. Em segundo lugar estou-me borrifando para as suas competências académicas já que, Portugal, precisa antes de tudo, é de gente honesta e que saiba fazer.

Olhem, por exemplo Jacques Delors (Paris, 20 de Julho de 1925) de nacionalidade francesa, foi presidente da Comissão Europeia entre 1985 e 1995 e que se me conste não possuía qualquer licenciatura. Foi um grande político.

Noutro plano, Lula da Silva, sindicalista de raíz e sem muitos estudos, tinha tudo para dar errado. Desde logo porque, diziam, em termos de habilitações escolares, eram uma nulidade. Afinal, com ele, quase tudo deu certo. Reparem no crescimento social e económico do Brasil desde que tomou posse até ao final do seu mandato.

John Major, sucedeu a Margaret Thatcher, foi Primeiro-Ministro do Reino Unido da Grã-Bretanha e da Irlanda do Norte, chefe do governo de Sua Majestade. Não tinha licenciatura. Ninguém achou que precisava de uma para exercer o seu cargo, ninguém lha exigiu, ninguém o achou diminuído

Há por aí uma mão cheia de exemplos destes mas acho que nem vale a pena acrescentar mais.

O que aborrece no meio de tudo isto é que os que hoje criticam as irregularidades da licenciatura? de Miguel Relvas, são os mesmos que se calaram quanto às trapalhadas escolares de Sócrates.

E já agora reparem nisto:

A lei que "prevê que as universidades e politécnicos possam reconhecer 'através da atribuição de créditos, a experiência profissional' de pessoas que já tendo estado inscritos no ensino superior e pretendam prosseguir estudos" e que parece que contribuiu para Miguel Relvas tirar num ano o curso de Ciência Política e Relações Internacionais na Lusófona, é de 2006. Ah! Então é de 2006? Como também não acabei a minha licenciatura, deixem-me fazer só uma conta de subtrair (não sei fazer muito mais). Ora bem, em 2006 era secretário de Estado o licenciado Valter Lemos e ministro, aliás ministra, a licenciada Maria de Lurdes Rodrigues. O primeiro-ministro era Sócrates. Certo? Certo! É giro. As coisas que eu sei. Uma boa lei, não era?

Mário Rui

Calma, Proença


















À boa maneira parola-portuguesa, este senhor também queria governo e banda de música à partida para o Euro 2012. À chegada aspirava a novas presenças estatais e musicais. Sim, já que realmente mostrou do que é capaz, ele e o país, quando chamados a desafios tão difíceis, eu até diria insuperáveis. No primeiro jogo em que foi juíz, atingiu metas nunca dantes alcançadas por quem quer que seja – entenda-se árbitros de futebol. Depois, naquele jogo-treino da final foi o que se viu. Jogadores a complicarem a sua actuação, partida dificílima de gerir em função das permanentes críticas vindas dos bancos de suplentes. Jogadores em pé com faixas de protesto e treinadores em constante repulsa pelo modo como apitava a tudo e a todos. Foi de tal modo que a própria polícia polaca se viu na necessidade de intervir para acalmar os ânimos. E o público? Essa mole imensa de gente que assobiou Proença do princípio ao fim? Ainda ele estava a tirar as cuecas no balneário e por toda a área envolvente ao estádio e no interior do mesmo já se faziam ouvir estrondosamente os coros de indignação. Ainda o tal treino de bola não tinha sequer começado. Realmente Proença merecias melhor. À partida, no aeroporto, o governo deveria ter estado presente, sim senhor, para te oferecer a passagem. Mas só de ida. A de regresso, que nós não queríamos de modo a não voltar a ver-te nos relvados portugueses, deveria ser paga por ti.  Tens visto o governo a despedir-se dos valorosos, esses sim, portugueses que partem país fora em busca de melhores condições de vida?  Não? Oh, és mesmo curto de vistas. Então achas-te no rol dos que condignamente representam o país? Tá bem. Estamos conversados. Talvez tenhas aprendido de vez que, sempre e quando nestas andanças, o melhor, se regressares, é pedir ao comandante de voo que te faça o favor de aterrar no Porto. Aí sim vais ter banda e 'papa' (com letra pequena). Quanto ao 'papa' aconselho-te o do costume. É excelente a recepcionar... brasileiras. Para a música de recepção, alvitro, com o devido respeito pela instituição, a Sociedade Filarmónica de Tibaldinho. Depois dou-te o endereço. De harmonia com as sentenças e prelecções que habitual e ajuizadamente proferes no livre arbítrio do que se passa no tapete verde, o mais que te posso aconselhar (sou mais velho que tu, porra) é que baixes o teu nível de exigências, paixões, e mostres uma linguagem menos pacóvia e mais verosímil. Mais autêntica de modo a que o tribunal público te possa ofertar coros menos barulhentos , se possível, até invisíveis.  Assim, talvez possas perder essa tua mania aristofânica de ser e falar. Para comédia chega-nos a que já temos. Nada mais lhe acrescentes!

Mário Rui