quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Avaliando a avaliação






















(imagem do "Correio da Manhã e onde se lê Mariano Gago deve-se ler Nuno Crato!)

O caminho escolhido para esta avaliação e a própria avaliação estarão certamente semeados de armadilhas. Por outro lado, quero crer que o percurso para se chegar a professor terá sido estimulante e conseguido o suficiente para que cada um dos que lhe empresta sentido esteja à vontade a transmitir ensinamento. Dito isto, também é importante que se refira que ninguém vive sem mudança. Ora, essa mudança, pressupõe a aceitação de que a procedência de conhecimentos deve ser regularmente avaliada e, se for o caso, actualizada de modo a que não subsistam dúvidas quanto às coisas novas e avançadas que o mundo actual nos mostra. É um património que obrigatoriamente deve ser passado aos mais novos e ninguém melhor que o professor o sabe e deve fazer. Embora todos os outros aspectos possam diferir entre si, o antes dito relativamente à classe profissional dos professores é igualmente verdade para muitas outras actividades profissionais ainda que em dose e grau diferenciados. Assim deveria acontecer mas, de facto, não entendo da razão que insistentemente leva ao apontar de baterias aos que passam instrução e competências e o mesmo não se faz a outros, tão ou mais carecidos de reciclagem que os primeiros. Até parece que há artes e ofícios que estão imunes ao progresso dos tempos e portanto neles mesmos se sentem em casa. Esquisito, não é? Bom, mas avancemos então e voltemos aos professores. Se no início aludi às ciladas da presente avaliação, apenas quis dizer que, em presença das regras ditadas pelo respectivo ministério, me parece ter havido falta de diálogo entre as partes envolvidas mas com culpa agravada por banda de quem manda. Quem quer que se disponha a discutir o que quer que seja, deverá sempre começar por dizer o que não está em discussão, ou seja, além de declarar o que se quer provar é preciso declarar o que não se quer provar. O ministro não o fez. Esteve mal. Ponto final!

Mas por falar em avaliações há, isso sim, uma outra não menos útil apreciação a fazer, não por quem manda, mas antes por todos nós. E agora vou fazer de conta que o actual “romance” teve final feliz para ambas as partes, mas em especial para a classe dos que nos ensinam a ser gente. É esse o final que lhes desejo. Merecem-no!

Essa derradeira avaliação vai direitinha para o sindicalista que, de jeito repetidamente ortodoxo, reitera a sua inflexibilidade perante o que quer que seja. Para ele tudo está mal: o tempo, as horas, o céu, a história, a intenção, o progresso, até o firmamento. É um credo estranho, este que deposita fé numas poucas máximas não verdadeiras. Eu sabia de homens que acreditavam em si mesmos com uma confiança mais colossal do que a de Napoleão ou César, mas como este sindicalista ainda não tinha visto. Até quando? Não há curso, ou mesmo recurso de formação que pinte de outra cor semelhante obstinação? Ou melhor ainda, que acabe com o colorido e nos mostre a realidade inteiramente de fora. Mesmo que seja de modo empírico.

 
Mário Rui