terça-feira, 19 de janeiro de 2016

A devolução das subvenções vitalícias dos políticos


A devolução das subvenções vitalícias dos políticos (LER AQUI)

Bem sei que é linguagem técnica que poucos entenderão e é por isso mesmo que me parece pedante e desnecessário sobrecarregar o texto com o pesado aparato académico que seguramente exigiria um público mais erudito. Ora, simplificando então, a coisa lê-se assim; é absolutamente obsceno que se possa aceitar que alguém por exercer 12 anos de uma actividade política como deputado possa ter uma pensão vitalícia. Ponto final! Mas discutam meus caros patrícios, discutam muito se os candidatos à cadeira da Presidência da República são ou não testemunhas que falam mais alto que as reais necessidades do País. Discutam e distraiam-se porque daí virá algo de muito bom, coisa do tipo que Mark Twain resumiu assim; “barulho não prova nada: uma galinha põe um ovo e cacareja como se tivesse posto um asteróide”. E enquanto vão discutindo o barulho de mais uma campanha, aproveitem para esquecer a divertidíssima esquizofrenia dos nossos artistas políticos: admiram muito o socialismo, a social-democracia – acho que é a mesma coisa, mas enfim, o comunismo, e por aí fora, mas adoram muito mais três coisas que só esta “democracia” lhes pode dar – bons cachês até ao fim de vida, em moeda forte, ausência de censura e consumismo de haveres. Os outros, os que trabalharam uma vida inteirinha para deixarem de trabalhar, lá para depois de quarenta ou cinquenta anos de esforço, que se arranjem com a beneficência deste hipócrita regime. E venha daí mais um negociar de forma intransigente o valor milionário para o cachê do próximo assento parlamentar, mas que dure até ao finamento. Não é possível reduzir tamanha falta de lógica à pura hipocrisia, ainda que esta seja uma parte importante da explicação. Outras razões haverá! E anda esta gentalha em campanha numa ânsia cínica e autoritária de dizer-se igual aos eleitores que afinal são só os que obedecem para não sucumbirem. Tristes, uns e outros!!!
 
Mário Rui
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