sábado, 10 de dezembro de 2011

Ainda mais uma história



Esta pequena crónica de João Pereira Coutinho, o marcoense que escreve no Correio da Manhã, é imperdível porque apanha o tom certo sobre mais uma aldrabice Inenarrável: José Sócrates é o típico aluno medíocre que ‘apanha’ umas ideias e depois debita-as com grande autoridade. Conheço vários. Felizmente, nenhum deles chegou a primeiro-ministro, embora o futuro seja uma surpresa constante.
Agora, de Paris, Sócrates resolveu abismar o mundo com uma teoria que aprendeu: pagar a dívida é ideia de criança. Dito assim, a coisa exigia um cordão sanitário nas fronteiras para impedir o retorno ao país – e, quem sabe, a Belém – de semelhante génio financeiro. Mas depois Sócrates corrigiu esta teoria com uma versão igualmente mal colada: infantilidade é pagar a dívida por inteiro e de imediato.
Quase, José, quase. A lição completa é outra: a dívida de certos países só pode ser ‘eterna’ quando existe crescimento económico para a ir ‘eternizando’. Quando um país não cresce e só contrai mais dívida, o resultado é a bancarrota.
Eis um pensamento melancólico que o estudante Sócrates teria aprendido se não andasse a faltar às aulas.


in "Correio da Manhã"


Mário Rui