quarta-feira, 23 de outubro de 2013

«Dai a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus»



Há Estados que são a prova provada de como certos políticos podem ter sucesso no acto de oprimir os outros tendo sempre em mente o ganho próprio.  Hoje, mais uma vez, confirmei esta opinião. Claro que um regime com a idade de 39 anos onde sempre prevaleceu o mando de alguns poderosos, em todas as questões,  jamais poderia ter sido baseado na justiça. Essa é de resto a razão pela qual são poucos os homens que conseguiram fugir a esta espécie de destino de servir tanto ao Diabo quanto a Deus. Talvez deste rol isente apenas um. Está na foto e, sinceramente, aos outros três apenas lhes posso acenar com um leve suspiro por tudo o que de parcial, iníquo, deram ao meu país. Parcial, disse bem! Não me enganei! De facto, de toda a vivência que levo de um país disposto segundo as leis dos que nos desgovernaram continuadamente, apenas me fica a certeza de que os que se entregaram completamente aos seus semelhantes são, muitas vezes, por eles considerados inúteis e egoístas; mas os outros que se deram parcialmente são regra geral entronizados como benfeitores e filantropos. Vale isto, segundo a minha opinião, tanto para o “meu” governo, uma organização política que é também o governo do escravo, quanto para presidentes que contribuíram ‘solenemente’ para a lei marcial a que estamos submetidos. Podem dizer-me que não tiveram acção governativa que levasse a tal estado de coisas. O tanas, digo eu! Quando um país que se elegeu como refúgio da liberdade é composto de escravos, quando todo um país é assaltado diariamente e ainda por cima por um exército invasor que é o nosso, então eu só devo poupar os que não se aliaram a essa força de ocupação. Homens que, rareando, ainda vão dando algum alento ao que é gregário, saudável, e jamais devo eximir os que perguntam se os asilos, os hospitais, as casas-da-sopa, as instituições de solidariedade, estão em boas condições de funcionamento. Esta última irmandade secreta ajudou também, aí permanecendo hoje, à construção deste infame viver, à existência desta ‘Descompanhia de Seguros Mútuos’, ao apoio prático às injustiças. Pouco fizeram que nos ajudasse a um enterro decente! Por último, quase me esquecia, devo dar nota do modo como hoje fui novamente esbulhado dos meus direitos. Para pagar a minha cota de tributo, imposto pago por este servo ao feudalismo, quais relações de suserania e vassalagem, o Estado faminto levou-me mais 6% da minha, agora indigente, segunda infância. Taxa determinada exclusivamente pelo arbítrio dos que me enviam à pobreza, é afinal o preço a pagar pela manutenção da capela de alguns. Só espero que esta injustiça, mais uma, provoque tal atrito na máquina do governo que só possa levá-lo a emperrar de vez. Ao governo  e ao que está mal na ‘Constituição’ de leis que permitem a condenação do inocente e a absolvição dos que, em nome da democracia, da difícil lei da vida manhosamente se vão esquivando. Penso mesmo que não são nada justos, estes últimos; então, mas não deveriam ser pessoas sempre gratas à instituição que os enriquece? O vil metal acalma muitas perguntas, não é?
Deus me ajude a livrar-me das misérias que condeno!!!

Mário Rui