quinta-feira, 12 de novembro de 2020

Portugal marcou sete golos, mas voltou a ser derrotado!

Sobre aqueles pontapés na bola de quintas séries entre Portugal e Andorra, que hoje aconteceram na Luz, sendo que futebol em si mesmo é, por ora, a coisa que menos me interessa quando penso num País doente, interrogo-me. Para que serviu esse desperdício de dinheiro, e não deve ter sido pouco, para engendrar este treino foleiro, para fazer vento, quando afinal a FPF, querendo ser prestimosa, bem o poderia ter doado realizando assim quantos “milagres” fossem precisos para se tornar entidade talhada para mais altos destinos que não estes de tratar o país do futebol, mas sobretudo o real, o da praga invisível, como se de mentecapto se tratasse. Sinceramente acho uma vergonha que desperdícios assim feitos, já bastam muitas vezes os oficiais e, mesmo esses, frequentemente de duvidosa utilidade pública, só confirmem que há organismos que causam repugnância quando a uns dá o supérfluo, sem a outros dar o que é preciso. Portugal clama por bons exemplos, venham eles de onde vierem. Precisa de acender uma grande fogueira onde se possam aquecer todos os que lutam por não embarcar na viagem de que não se volta. E se os que podem, mas não pensam, soubessem como se sofre neste Outono/Inverno, ou tirariam da nossa cabeça a bola de quintas séries, já chega a outra, ou nos restituiriam o que nos tiram, num desejo sincero e grande de fazer obra meritória. Que frio cortante, meu Deus!


Mário Rui
___________________________ _____________________________

Outono


 

Mário Rui
___________________________ _____________________________

Verão de São Martinho

Assim, quase sempre na véspera e no Dia de São Martinho, o tempo melhora e o sol aparece. Hoje, cumpriu-se a toada. Amanhã, será outro dia, mas ansiamos vê-lo de novo. Ao sol, pois de S. Martinho só nos resta abafar um protesto com um sorriso, uma tristeza com uma gargalhada. E de que outra forma compreendemos nós as desilusões que nos acometem? O prazer tem recantos como uma cidade à noite e a verdade é que em nos faltando alguns cheiros, sabores, pequeninas carícias, de mil afectos simples, de pequenas coisas amorosas, falta-nos quase tudo. Magusto, já não haverá. Humanos banais, velhos e moços, não se vão juntar ainda que no ar se abalance uma fumarada de tradição espessa como um nevoeiro. Antes feita de mil respirações amigas, mil hálitos diferentes, desde o bafo da castanha à exalação bêbada, tudo isso se mascarou este ano. Veio a praga, sabendo-se infame, certa de impunidade e deixou-nos no escuro de uma viela, imperturbavelmente. É um sugar a vida com um furor de vírus sem entranhas. E cisma em ser um dia o maior dos Neros que o mundo tem visto. Enfim, é caso para darmos um ‘ai’ vulgar com um bocejo sofrido. Também é de molde a meter-se um ‘ora’ muito derretido, muito sentimental. Põe a gente a alma a meia haste, não há remédio! E para não ser este São Martinho um monótono arrastado, porque langoroso não sabe a uma castanha assada e é mais um lamento, para o ano vamos cantar-te fadinhos assados de todos os quilates e feitios.

 

Mário Rui
___________________________ _____________________________

Não há fome que não dê em fartura




Mário Rui
___________________________ _____________________________

Tudo o que for esperança, é bom

Vacina da Pfizer/BioNTech contra a covid-19 com eficácia de 90%, dizem resultados preliminares.

 

Mário Rui
___________________________ _____________________________

Já nem votar é como dantes

Já nem votar é como dantes e daí que a nossa cultura seja uma vestimenta que não nos fica nada bem. O valor deixou de ser da ordem da norma. Agora, é um acontecimento, e no mais das vezes decepcionante!

 

Mário Rui
___________________________ _____________________________

Deambulações do pensar


Não porque tenha muito empenho em responder-lhe, mas sobretudo porque já não são muitos os que me interrogam sobre coisas de jeito, o Facebook, coscuvilheiro como é, pergunta-me;

- em que estás a pensar, Mário?

Mesmo não sendo também interpelação de valia, respondo-lhe;

- penso no espírito dos homens que sonham mas que acabam por se satisfazer com o que lhes acontece. No entanto, em muitos deles, a angustiante questão da possibilidade ainda está presente. Mesmo que nunca se tenha a certeza de aí estar em absoluto.


Mário Rui
___________________________ _____________________________

Por aí




Mário Rui
___________________________ _____________________________

Dos que sabem tudo e dos que pensam que os outros não sabem nada


Pois se este é o tempo em que existir é resistir, e uma vez que aos olhos daqueles espectadores que tudo julgam saber e tudo julgam poder fazer, o sensato informado já não existe, então a melhor atitude a tomar é mesmo ficar no ponto ideal. Para discutir certos assuntos, e em particular com gente pouco dada ao raciocínio, mas que se mostra muita apta para a accão palavrosa e sobretudo para o activismo de sofá, o ideal é não ficar exposto a essas classes falantes e grávidas de saber. E se na maior parte dos casos a polémica radica nos olhos de quem não quer ler ou sequer perceber, então eu não me rendo a essa coisa a que chamam de “corrente dominante” do pensamento. Prefiro mesmo a minha “burrolatria”, pois não gosto de comer analfabetismos funcionais, como de resto também não como o cardápio quando vou ao restaurante. Para megafone dessas hiperintelectualidades, quer sejam da política, do voto, do futebol, da pandemia e outras berrarias, também não sirvo. Daí que me faça de apedeuta pois a ignorância é, muitas vezes, o estado mais puro da felicidade.



Mário Rui
___________________________ _____________________________

Bispo do Porto diz que atentado é resultado de "preconceitos" de europeus


 Para evangelizar pasmados já temos muitos, não precisamos de mais! (LER AQUI)

A propósito do tudo e sobretudo do nada, aqui vai o resultado de tão interior e profícuo pensamento, que de resto penetra até longe: o bispo do Porto diz que o atentado na catedral de Nice, em França, é o resultado dos “preconceitos” de europeus. Em Viena, Áustria, a crendice do bispo fez mais quatro vítimas inocentes. É uma pena que se confundam alhos com bugalhos, mas pior é quando um cisma mascarado de dedicações humanitárias se quer afirmar de bom carácter e se torna apenas tolo quando visto por dentro. Se o que o bispo disse, é coisa para tentar evangelizar pasmados, então, na sua qualidade de sacerdote com ordens de missa, seria óptimo que pensasse primeiro e dissesse depois.


 Mário Rui
___________________________ _____________________________

Por aí









 Mário Rui
___________________________ _____________________________