quarta-feira, 26 de março de 2014

Padaria AUDI








 
 
 
 
Os carros de luxo que o Estado se propõe sortear entre os contribuintes no sentido de tentar minorar a evasão fiscal, são um verdadeiro presente envenenado. A ideia de um incentivo ao cumprimento fiscal até pode ser boa quanto à forma mas nunca relativamente ao conteúdo. Mais uma vez o governo apenas pensa no benefício dos cofres do Estado, veja-se o preço/impostos associados ao custo do combustível que faça andar o pópó, o caríssimo seguro obrigatório, as altíssimas taxas rodoviárias, o obsceno imposto de circulação, o IVA com despesas administrativas, as inspecções obrigatórias e taxas correspondentes, para já não falarmos dos custos de manutenção, pneus, conservação da viatura, etc, etc, etc. É triste que este propalado incentivo à observância tributária apenas equacione as vantagens de quem as atribuí e nunca esteja verdadeiramente virado para os que deveriam de facto ser beneficiados. Mesmo trazendo à liça a ideia de que “a cavalo dado não se olha a dente”, o que resta de uma análise mais cuidada ao assunto, e já que falei em dentição, é que estamos de novo em presença de um Estado odontológico pois que especializado na extracção pela tortura. Dirão uns que se o Estado “faz” é criticado e se o Estado “não faz” criticado é. Pois, está bem, mas eu gostava que me explicassem como vai fazer o cidadão na bancarrota, pessoas na sua maioria a lutarem pela sobrevivência, para pagar tão alto preço por mais uma corrida para o abismo. Somos portugueses, somos assim, temos uma atracção desenfreada pelo precipício mas o que é ainda mais lamentável é que seja o próprio Estado a mostrar-nos o caminho para a queda. Serei eu do contra ou será que ninguém percebe este “prémio” como sendo mais um vindouro endividamento pessoal mas mascarado de felicidade dada a cada um dos contemplados? A menos que o presente se destine só aos muito ricos! É que contas feitas, dizem os especialistas, o pópó vai custar mensalmente, entre manutenção/utilização, qualquer coisa como 365 euros. Ora, questiono de novo, um sério estímulo ao pagamento dos impostos que nos martirizam não seria antes o direito do premiado a deduzir no seu IRS o valor do prémio ou não pagar alguns impostos e ser devolvido o IRS descontado pela entidade patronal? Ou então, porque não oferecer o próprio valor do carro aos bafejados ou ainda a opção por uma outra qualquer solução financeira? Alguns falam-me dos exemplos semelhantes seguidos por outros Estados nesta matéria. Sim? E eu quero lá saber da sopa do vizinho, interessa-me é saber que caldo como eu em cozinha tão tristemente vazia quanto a nossa. Não me parece caminho bem pensado este de conteúdo tão encantatório quanto falacioso. Governantes do país; não alcançar um destino considerado por todos digno e atractivo é uma experiência dolorosa! Mesmo que tenham boas intenções, nas quais eu confio desconfiando, acho que a continuarmos por este trilho não vai existir mercado para os projectos a longo prazo de uma “sociedade tributário-contribuinte” . E se for eu o feliz contemplado? Que ninguém se preocupe com isso. Para mim, o «ter» ainda permanece o humilde servidor do ser. Se sair a outros, desejo-lhes boa viagem, mas com um aviso; procurem não fazer do pópó mais um exemplo da doentia inclinação dos meios para se tornarem em fins. Ou no FIM!
 
Mário Rui
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Ó senhora dona Teodora! Porque fala p´ra fora?





















 
 
 
Ó senhora dona Teodora! Porque fala p´ra fora?
A presidente do Conselho de Finanças Públicas, Teodora Cardoso, deixou aos deputados do PSD uma nova forma de cobrar impostos no pós-troika: taxar os levantamentos que são feitos nas contas bancárias onde são depositados os salários e as pensões. (…)
http://sol.sapo.pt/inicio/Economia/Interior.aspx?content_id=102012
São muito poucos aqueles a quem sobra dinheiro no fim do mês. Bem pelo contrário, sobra-lhes é mês no fim do dinheiro. Ainda assim, esta senhora diz que este seria um «imposto virtuoso», que incentivaria a poupança, como se de facto houvesse algo mais a poupar por parte dos que recebem rendimento pelo seu trabalho ou dos que recebem pensões. Diz mais; «um imposto sobre o dinheiro que se levante de contas de salários e de pensões não é um imposto sobre salários e pensões»! Pois não! Tem toda a razão. É antes um saque! Mas pior ainda; o imposto não incidiria sobre transferências para off-shores, nem sobre operações financeiras, nem sobre operações especulativas. Seria tão-só para extorquir das contas ordenado e das pensões, afinal as contas onde se guarda o pão, o açúcar, o arroz, o dinheiro para pagar a saúde, a escola dos filhos, a habitação, o gás, a electricidade e por aí fora. Tudo bens de luxo, como é óbvio!. Transferências para off-shores, operações financeiras especulativas, isso sim, é o alimento que nos sustenta e portanto nos enche a barriguinha. Não se lhes toque! Acrescenta a dita; «É muito inovador. Ainda não vi ser aplicada esta ideia em lado nenhum. Mas é preciso ter ideias». Ideias deste calibre? Mas é isto uma ideia inovadora? Não percebo porque razão é que há tão poucos imbecis a governarem tanta gente formidável. Se estou a chamar idiota a esta senhora? Não! Estou apenas a convidá-la a sair desse estado de idiotice política. Vou riscar do meu eu mais uma convicção que julgava como adquirida e correcta ; já nem a idade traz sabedoria, cultura social e inteligência, coisas que antigamente se obtinham com o passar dos anos. Agora são as famílias do meu país, que já tudo deram a um Estado esfaimado, que ainda vão pagar mais pelas maldades da horda que tudo exige! Ou seja, família, passou a ser vocábulo com novo significado no dicionário de português; “bode expiatório providencial de todos os fracassos de novos e velhos políticos de Portugal”! De alguns novos, estava já eu desenganado, dos mais idosos concluo agora que afinal existem uns tantos que são também eles apenas um grande armazém de enganos. Isto não é democracia representativa coisíssima nenhuma! Isto é representação política dos interesses!

Mário Rui
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