quinta-feira, 9 de junho de 2016

No cais



 
Mário Rui
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A geringonça


E não é que descobri mais uma geringonça ... ...


Mário Rui
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Flanar


Flanar! Aí está um verbo um tanto estranho. Que significa flanar? Flanar é passear sem destino nem pressa, é ser sábio de vaidade, é ir por aí, de manhã, de dia, à noite, passeando a classe, é estar sem fazer nada e achar absolutamente necessário ir até um sítio onde quem passa nos possa observar. E flanar é ainda a distinção de uma esbelta postura, às vezes perdida no olhar que se alonga, mas sempre perfil que interessa.

Mário Rui
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Imprensa cismada, chata.


Gostamos muito da nossa selecção de futebol. É nacional e está tudo dito, mas, pela santa, haja alguém que ponha mão ao desvario (des)informativo que assentou arraiais na imprensa portuguesa. De tal sorte que o salve-se quem puder se exprime neste momento através da constante falta de oportunidade e de seiva relativamente ao que se vai noticiando. Liga-se a TV e é futebol de lés-a-lés. Selecção para a frente, jogador para trás, treinador para o balneário, dirigente para a decisão, poetas de futebol, comentadores visionários. Imprensa em tudo e de tudo fala, a tudo opina, todos sabem e prante-se então câmara perscrutadora que nos mostre a nitidez dos grupos plásticos em cena. Na rádio, não se vê, já é uma vantagem, mas ouve-se também. No periódico, não se ouve, também é uma vantagem, mas cresce, cresce muito, infelizmente, o que se lê. É uma desvantagem. Horas a fio, páginas a perder de vista, maravilhas únicas de ‘savoir faire’. A coisa é em França, não é? Imprensa que nos ocupa horas intermináveis entretida a caçar sons, imagens, palavras que nos hipnotizem os ouvidos e olhos. Tanta fantasia e tão pouco sentido não fazem outro ponto de vista que não seja mero efeito orquestral. E a forma eterna de tudo isto, existe! Eu gosto de futebol, muito, mas este teatro assim feito é periodicismo a mais, muito longo para as dimensões actuais deste panfleto futebolístico. Menos criação cénica, no mínimo contada em metade destas horas, talvez antes feita em jeito de telégrafo, não nos faria perder o pé e a paciência para aturar a tal forma eterna desta representação. Charivari que se arrasta pelos dias do nosso temperamento de espectadores. Nós, que afinal só pedimos à equipa que ganhe, singelo apetite, teremos de continuar a assistir a estas porções de sonhos que emanam desta imprensa cismada, chata?

 

Mário Rui
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