sábado, 27 de agosto de 2011

Os sorrisos do Mundo




As fotos que vos deixo em cima, retratam uma ilha, deixem-me chamar-lhe assim, não muito longe do mar da praia da Torreira, sobre a qual fumega uma montanha incandescente de gente jovem que há-de ser o futuro do país que somos. É juventude que não quero criticar já que acredito que serão estes os homens e mulheres de um amanhã mais risonho, mais dado a um certo desprendimento dos formalismos que nos incutiram, a nós mais velhos, e que, afinal, acho que fizeram de nós próprios inventores de novas algazarras, de novos egoísmos e quiçá até de novas hipocrisias.

A montanha incandescente de gente jovem de que vos falo, parece-me não querer inventar novas algazarras mas antes inventar valores novos. Podemos discordar quanto aos propósitos que movem esta juventude, mas há factos que, relativamente à mesma, são já hoje dados adquiridos e visíveis aos olhos de qualquer espectador mais circunspecto. Desde logo criados e vocacionados para uma nova cultura, chamem-lhe académica, social, humana, tolerante ou o que muito bem vos aprouver. Mas, estaremos todos de acordo, se vos disser que é uma massa humana que nos concede, se calhar pela primeira vez desde há muitos anos, um olhar amigável, uma atitude de antemão favorável.

Bem sei que brincam muito, neste ou naquele aspecto mais pavões que o desejável, às vezes mais impetuosos que o necessário, mas a verdade é que também há neles intensidade de sentimentos, maturidade de actos e isso significa seriedade e conhecimento do que é importante fazer logo de seguida. E é destes últimos sentidos que vem toda a autenticidade, toda a boa consciência, toda a evidência da verdade que os acompanha.

Correndo o risco de estar a sobrevalorizar estes espíritos novos, dirão alguns, facto com o qual não quero concorrer porque não é minha intenção menosprezar gerações anteriores, tudo o que desejo é que o julgamento e as condenações morais não continuem a ser a vingança predilecta de algumas inteligências mais velhas e limitadas. E nós conhecemos tantas.

Regressando aos novos, e da minha experiência vivida bem próxima deles, sobeja-me espaço e tempo para proclamar, no que aos mesmos diz respeito, quanta bondade há nas suas astúcias.

Necessário é que nós, os mais velhos, possamos trazer à luz do dia todos os mistérios de que somos feitos de modo a que estas gerações mais jovens sempre tenham presente que não se constrói o império com os materiais. Os materiais é que se absorvem no império.

Vivam bem e aqui deixo um aplauso pela vosso bom gosto em criarem ramos, flores e frutos. Só assim o mundo há-de ser um sorriso.

Mário Rui