domingo, 2 de setembro de 2012

Os fracos arengam, quando os fortes dominam















A procuradora-geral Adjunta Cândida Almeida afirmou sábado que «Portugal não é um país corrupto» e que existe uma «percepção» exagerada da dimensão deste crime, sublinhando que é dos poucos Estados europeus onde se investigam «grandes negócios do Estado».
«O nosso país não é um país corrupto, os nossos políticos não são políticos corruptos, os nossos dirigentes não são dirigentes corruptos. Portugal não é um país corrupto. Existe corrupção obviamente, mas rejeito qualquer afirmação simplista e generalizada, de que o país está completamente alheado dos direitos, de um comportamento ético (…) de que é um país de corruptos», disse a directora do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), numa conferência na Universidade de Verão do PSD, em Castelo de Vide.

Não tem, não! Não tem bom-senso, não tem classe para ocupar o lugar que ocupa e não tem o direito de chamar a todos os portugueses sérios, de palermas e de ignorantes. Se de facto Portugal fosse um país governado por gente competente, o que também não acontece, o mínimo que se apontaria a esta senhora seria o “olho da rua”. 

Como é possível num país da velha europa, num país dito civilizado?, que se consinta semelhante discurso? Ofensivo do bom nome de português honrado que se preze. A roçar a má-educação e a fazer de todos nós, os que se sentem ofendidos, como que uma espécie menor, a quem se oferece mentira sobre mentira e assim vamos  ‘cantando e rindo’. Mas, o que mais será preciso fazermos de modo a que nos tratem com a dignidade que merecemos?

Não podemos continuar a fitar os olhos no  Sol, nem o pensamento no divino! Já há muito que chegou a altura de nos rebelarmos. Nos dias de hoje sentimo-nos roubados, injustiçados e mal geridos. Não querendo o poder na rua, só nos resta uma alternativa. Nem voto nulo, nem voto em branco. Abstenção. Pura e dura! 

E no dia em que essa abstenção corresponder a cadeiras vazias na Assembleia da República, talvez os senhores políticos que nomeiam gente desta para cargos de capital importância para a sadia vida comunitária ( digam-me que não são os políticos, enganem-me que eu gosto), talvez, chegada essa hora, percebam quais os valores de que estamos necessitados. Inocentemente quero acreditar que deste modo e ainda que não consigamos descobrir muitas verdades, pelo menos extirpamos uns tantos erros.

E agora só peço à senhora que proferiu o tal discurso mal-educado, que se veja confrontada, ler aqui!, com um seu par-de-função, e que resolva este contraditório. A bem dos portugueses impolutos e a bem de um lugar que se quer Nação, Pátria, farol!

Demita-se senhora procuradora-geral Adjunta Cândida Almeida. Não nos volte a injuriar, nem nos vote ao desprezo!

Se acharem por bem, e a propósito desta iluminada alocução, também convirá ler mais aqui.

Mário Rui