quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Maus curandeiros e má comunicação social não entram no domínio das boas políticas de vida



A pele do tempo infelizmente mudou e pela mão dos que nunca se sentiram na obrigação de resolver as dificuldades que criaram. Quem foram eles? Os curandeiros políticos que prometeram arranjar cura para todos os males sociais e mais não fizeram senão tornar a solidão de algumas pessoas numa companhia inevitável. Mas desenganem-se os que acham que esses impostores estiveram desemparelhados. Não, em matéria de sociedade civil estratificada, segundo o estatuto profissional de cada um dos portugueses, também houve, e persiste, uma comunicação social que ampara a ideia de que uns estão nos antípodas de outros. O pensar e escrever assim num jornal, por muito que se refute a ideia, é também uma das causas que altera a boa norma de convivência entre todos os cidadãos. Não importa se é doutor, pedreiro ou marceneiro. Afinal todos convergem para o mesmo objectivo; manter a estabilidade de um país. Estúpido é titular que um médico, um piloto e um engenheiro estão entre os 852 sem-abrigo de Lisboa. Mas na vida e especialmente na desgraça, é disso que falo, serão estas pessoas diferentes das outras na perspectiva do JN (VER AQUI)? Dando o jornal cobertura, é assim que a interpreto, ao já gasto modo de ser conforme a caducos modelos atribuídos aos estatutos e papéis sociais de cada um, só dá nota quanto à sua incapacidade para perceber que, se cai o sopé, infelizmente mais tarde ou mais cedo cairá o cume. Maus curandeiros e má comunicação social não entram no domínio das boas políticas de vida. Talvez aí radique também muita da noite e do dia sofrido dos que são licenciados e dos que estão sem licença para uma vida que, ao invés de melhorar, afinal se torna num jogo onde a reconciliação humana, com títulos ‘jornalísticos’ que apartam, será coisa difícil de alcançar.     
 
Mário Rui
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