quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Povo que lavas no rio

Povo que lavas no rio é uma canção portuguesa, um fado, com letra do poeta Pedro Homem de Mello, interpretada originalmente por Amália Rodrigues com música de Joaquim Campos.
Depois da proibição do Fado de Peniche na
rádio por ser considerado, pelo regime ditatorial em vigor na época, um hino aos presos de Peniche, após a gravação e o lançamento nas rádios, Povo que lavas no rio ganhou dimensão política.
Talvez devido a esse mesmo facto, as opiniões quanto à interpretação da letra de
Pedro Homem de Mello, poeta português de excelência, divergem em absoluto: enquanto alguns críticos creem que o poema imortalizado por Amália Rodrigues seja um depoimento de amor ao povo português o qual, ainda segundo esta linha de pensamento, enfrentava uma situação de grande pobreza no tempo da ditadura salazarista, considerando o país da época como sendo rural e economicamente pouco desenvolvido face à industrialização europeia, outras correntes tendem a ver nas suas estrofes uma lírica de cariz fortemente ligado à homossexualidade masculina, acentuada pelos contornos de incursões às tabernas populares, onde o narrador teria procurado os seus parceiros, e visto recusadas as suas investidas ou, mais ainda, qualquer envolvimento sentimental mais profundo.
Daí as referências ao povo, neste caso portuense, que teria inevitavelmente tecido comentários aos seus devaneios, e dificultado a sua vida, ao beijo inconspícuo da partilha do mesmo copo, simbolizando o beijo em público que era, nessa época mais conservadora, absolutamente interdito aos homossexuais e, acima de tudo, a confissão lírica, ao afirmar que teria dormido com eles na cama, e enlameado por ter mantido este tipo de vida proibída. O autor,
Pedro Homem de Mello, era ele próprio homossexual, e ter-se-ia assumido, não só através deste poema, mas também junto da comunidade que lhe era mais próxima, na Cidade do Porto, onde viveu, tendo sido assíduo frequentador do Café Rialto, em Sá da Bandeira.
Independentemente da divergência na interpretação da obra, a sua versão musicada em forma de
fado, tornou-se no ex-libris do género em Portugal, e a música que mais reconhece a intérprete original.


Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Povo que lavas no rio
Que talhas com o teu machado
As tábuas do meu caixão.
Pode haver quem te defenda
Quem compre o teu chão sagrado
Mas a tua vida não.
Fui ter à mesa redonda
Bebi em malga que me esconde
Um beijo de mão em mão.
Era o vinho que me deste
Água pura, fruto agreste
Mas a tua vida não.
Aromas de urze e de lama
Dormi com eles na cama
Tive a mesma condição.
Povo, povo, eu te pertenço
Deste-me alturas de incenso,
Mas a tua vida não.
Povo que lavas no rio
Que talhas com o teu machado
As tábuas do meu caixão.
Pode haver quem te defenda
Quem compre o teu chão sagrado
Mas a tua vida não.


Mário Rui

Diferentes opiniões


O autor mais lido em Portugal nega que pretenda abalar a Igreja Católica com O Último Segredo. Em entrevista, garante que é Cristo o tema e pede para que, antes de o acusarem, o leiam e ponderem sobre as provas que apresenta - abundantemente - sobre as fraudes que estão na base do cristianismo.
A ficção e a realidade fundem-se perfeita e escabrosamente nas 563 páginas no novo livro de José Rodrigues dos Santos: O Último Segredo.
Livro? É melhor chamar-lhe desde já best-seller, porque é o único termo que define a edição anual das torrentes de escrita deste autor, tal é o sucesso junto dos leitores portugueses. Ficção? Parte do argumento pode ainda não ser plausível nos tempos que correm, mas, passem alguns anos, e poderá tornar-se realidade fazer que até um Jesus Cristo clonado volte ao reino dos vivos... Escabroso? A demolição que faz do cristianismo ao longo das primeiras 300 páginas deixa até o católico mais empedernido de pé atrás sobre a Bíblia...

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O jornalista da RTP, José Rodrigues dos Santos, com o aproximar do Natal fica à espera da prenda no sapatinho que nos últimos anos tem sido os rendimentos que aufere pela venda de livros de supermercado. "Romances" cujo destino é o olvido seguro de quem os não lê e oferece para leitura ligeira a quem a tal se presta.Este ano o tema é de tomo: a génese da Bíblia e a interpretação dos seus textos. Não em modo de ficção, mas com pura pretensão de romance histórico com fontes secretas. JRS não relega créditos para mãos alheias e enreda o romance numa série de aldrabices, ainda por cima todas copiadas, segundo o biblista Tolentino que também escreve em jornais. O chorrilho de disparates será tanto que o biblista escreve que "a quantidade de incorrecções produzidas em apenas três linhas, que o autor dedica a falar da tradução que usa, são esclarecedoras quanto à indigência do seu estado de arte”.Rodrigues dos Santos, apresentador de telejornais, pelos vistos não poupa na prosápia: já disse que o biblista não desmente um único facto...e por isso mesmo conta com as vendas nos supermercados para arredondar a conta no banco neste Natal. Para o próximo, sem subsídios, o livro de ocasião poderia ser sobre as aventuras dos jornalistas de informação da RTP para conseguirem ganhar em suplementos mais que o presidente da República ganha em salário.É que o mistério para tal é maior que o dos manuscritos de Qunran.

Mário Rui