quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Diferentes opiniões


O autor mais lido em Portugal nega que pretenda abalar a Igreja Católica com O Último Segredo. Em entrevista, garante que é Cristo o tema e pede para que, antes de o acusarem, o leiam e ponderem sobre as provas que apresenta - abundantemente - sobre as fraudes que estão na base do cristianismo.
A ficção e a realidade fundem-se perfeita e escabrosamente nas 563 páginas no novo livro de José Rodrigues dos Santos: O Último Segredo.
Livro? É melhor chamar-lhe desde já best-seller, porque é o único termo que define a edição anual das torrentes de escrita deste autor, tal é o sucesso junto dos leitores portugueses. Ficção? Parte do argumento pode ainda não ser plausível nos tempos que correm, mas, passem alguns anos, e poderá tornar-se realidade fazer que até um Jesus Cristo clonado volte ao reino dos vivos... Escabroso? A demolição que faz do cristianismo ao longo das primeiras 300 páginas deixa até o católico mais empedernido de pé atrás sobre a Bíblia...

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O jornalista da RTP, José Rodrigues dos Santos, com o aproximar do Natal fica à espera da prenda no sapatinho que nos últimos anos tem sido os rendimentos que aufere pela venda de livros de supermercado. "Romances" cujo destino é o olvido seguro de quem os não lê e oferece para leitura ligeira a quem a tal se presta.Este ano o tema é de tomo: a génese da Bíblia e a interpretação dos seus textos. Não em modo de ficção, mas com pura pretensão de romance histórico com fontes secretas. JRS não relega créditos para mãos alheias e enreda o romance numa série de aldrabices, ainda por cima todas copiadas, segundo o biblista Tolentino que também escreve em jornais. O chorrilho de disparates será tanto que o biblista escreve que "a quantidade de incorrecções produzidas em apenas três linhas, que o autor dedica a falar da tradução que usa, são esclarecedoras quanto à indigência do seu estado de arte”.Rodrigues dos Santos, apresentador de telejornais, pelos vistos não poupa na prosápia: já disse que o biblista não desmente um único facto...e por isso mesmo conta com as vendas nos supermercados para arredondar a conta no banco neste Natal. Para o próximo, sem subsídios, o livro de ocasião poderia ser sobre as aventuras dos jornalistas de informação da RTP para conseguirem ganhar em suplementos mais que o presidente da República ganha em salário.É que o mistério para tal é maior que o dos manuscritos de Qunran.

Mário Rui

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