terça-feira, 25 de outubro de 2011

Empobrecendo alegremente



O primeiro-ministro defendeu hoje que Portugal só conseguirá sair da actual crise «empobrecendo» e desafiou quem conheça forma de diminuir a dívida e o défice «enriquecendo e gastando mais» a dizer como isso se faz.


É de facto um raciocínio brilhante. Mas afinal de contas Sr. Primeiro Ministro, o que andamos nós a fazer de há trinta e sete anos a esta parte? A empobrecer alegremente!


Pacóvios como somos, o que já deveríamos ter começado por fazer há muito tempo, já que a fartura nunca nos assistiu, era empobrecermos mas aborrecidamente. Aborrecidamente tem, neste caso, um sinónimo não de tédio, de maçador, mas antes de revolta. E a revolta, ainda que não fomentada por si, há-de chegar um dia destes. Ou temos que conformar-nos quando, por sobre o espírito de um povo que sofre, só passam variadas nuvens e perturbações, pequenos acessos de estupidificação, que nunca nos ajudaram a conquistar tudo aquilo a que temos direito?

Mário Rui

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