quarta-feira, 4 de julho de 2012

Calma, Proença


















À boa maneira parola-portuguesa, este senhor também queria governo e banda de música à partida para o Euro 2012. À chegada aspirava a novas presenças estatais e musicais. Sim, já que realmente mostrou do que é capaz, ele e o país, quando chamados a desafios tão difíceis, eu até diria insuperáveis. No primeiro jogo em que foi juíz, atingiu metas nunca dantes alcançadas por quem quer que seja – entenda-se árbitros de futebol. Depois, naquele jogo-treino da final foi o que se viu. Jogadores a complicarem a sua actuação, partida dificílima de gerir em função das permanentes críticas vindas dos bancos de suplentes. Jogadores em pé com faixas de protesto e treinadores em constante repulsa pelo modo como apitava a tudo e a todos. Foi de tal modo que a própria polícia polaca se viu na necessidade de intervir para acalmar os ânimos. E o público? Essa mole imensa de gente que assobiou Proença do princípio ao fim? Ainda ele estava a tirar as cuecas no balneário e por toda a área envolvente ao estádio e no interior do mesmo já se faziam ouvir estrondosamente os coros de indignação. Ainda o tal treino de bola não tinha sequer começado. Realmente Proença merecias melhor. À partida, no aeroporto, o governo deveria ter estado presente, sim senhor, para te oferecer a passagem. Mas só de ida. A de regresso, que nós não queríamos de modo a não voltar a ver-te nos relvados portugueses, deveria ser paga por ti.  Tens visto o governo a despedir-se dos valorosos, esses sim, portugueses que partem país fora em busca de melhores condições de vida?  Não? Oh, és mesmo curto de vistas. Então achas-te no rol dos que condignamente representam o país? Tá bem. Estamos conversados. Talvez tenhas aprendido de vez que, sempre e quando nestas andanças, o melhor, se regressares, é pedir ao comandante de voo que te faça o favor de aterrar no Porto. Aí sim vais ter banda e 'papa' (com letra pequena). Quanto ao 'papa' aconselho-te o do costume. É excelente a recepcionar... brasileiras. Para a música de recepção, alvitro, com o devido respeito pela instituição, a Sociedade Filarmónica de Tibaldinho. Depois dou-te o endereço. De harmonia com as sentenças e prelecções que habitual e ajuizadamente proferes no livre arbítrio do que se passa no tapete verde, o mais que te posso aconselhar (sou mais velho que tu, porra) é que baixes o teu nível de exigências, paixões, e mostres uma linguagem menos pacóvia e mais verosímil. Mais autêntica de modo a que o tribunal público te possa ofertar coros menos barulhentos , se possível, até invisíveis.  Assim, talvez possas perder essa tua mania aristofânica de ser e falar. Para comédia chega-nos a que já temos. Nada mais lhe acrescentes!

Mário Rui

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