segunda-feira, 23 de junho de 2014

O que é realmente difícil???




O que é realmente difícil é alcançar a meta verdadeira pois que ela só depende da resistência de quem corre. Por outro lado, há quem diga que nestas coisas do futebol nada é impossível a quem sabe ousar, mas a ousadia da nossa selecção parece resumir-se invariavelmente a isto; quando vamos a jogo, vivemos e jogamos de facto à medida da nossa fantasia e nunca se tem a certeza de aí estar em absoluto, no jogo. Assim, assistimos a mais uma aventura poética sem o mínimo de chama e, não querendo chamar a este desempenho trapaça, a única explicação que encontro para tanto desaire é o insistente apego a uma certa fatalidade em precipitar as coisas. Do outro lado, o de cá, onde o conjunto nacional é visto a jogar, resta-nos a esperança costumeira, a ilusão de uma cumplicidade possível que tarda sempre em tornar-se convicção de um estado de espírito ganhador. Adoro estas confissões tediosas mas convencidas pois são as únicas que desafiam o nacional-lirismo futeboleiro, os golpes de definições tácticas, as receitas para ganhar o que nunca se ganha! Se quiserem digam que estas são palavras sibilinas, contudo, para mim, não há ambiguidades a propósito do que vejo e do que vi pois que já não vale a pena conceder crédito a esta sucessão quase ininterrupta de representação medíocre. Certamente que não vamos deixar de comer todos os dias, ou seja, não vai ser mais um fracasso a ditar a nossa fome, mas lá que o elevado grau de absurdidade a que recorrentemente assistimos é inadmissível, lá isso é. Por este andar, um destes dias até nos convencem de que tudo o que nos acontece nos convém e sabendo-se que em tempo já longínquo havia quem acreditasse que ter inspiração era receber um presente dos deuses, a explicação a vir para tanta adversidade resumir-se-á seguramente à indisposição de cada um dos membros da Trindade. E não sei se para alguns a derrota de hoje não terá mesmo a mãozinha velhaca do Pentágono ou da CIA, mas desse assunto outros se ocuparão depois, com mais vagar. Mas não vão em histórias, amigos meus. A coisa passa-se assim; a nossa selecção não vai lá porque certos detalhes mal acabados, contrastam com outros, apenas lá postos de raspão!!!
 
Mário Rui
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