quinta-feira, 9 de julho de 2020

Das ventosidades consideradas causas


As ventosidades que têm muitas certezas estão sempre a tentar mudar o tempo enquanto que as que não têm tantas certezas procuram transformar-se a si mesmas. Descansem os mais novinhos porque não estou a falar de outra coisa que não seja a brisa que passa e hoje forte. E falo-vos também dos balõezinhos e dos moinhos de vento que vos sopram na cabeça fazendo-a andar à roda. É por isso que depois flutua na atmosfera um aroma bilioso e jactante, com um cheirete pegadiço encharcado de essências pataqueiras. A idade viçosa tem disto, acolhe sempre os “grandes” concertos de pássaros cantantes. E por cima de mim são tantas destas as aves que voam desafinadas que, cantigas delas, leva-as o vento. Assim, nunca mais te vais verde mocidade. E não te vais só por causa do espírito servil de imitação, característico dos temperamentos juvenis e muito mais das educações rudimentares. Hoje, o vento está forte, e os espíritos aéreos são os que têm a sua morada essencialmente no ar.



Mário Rui
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