quinta-feira, 9 de julho de 2020


Quanto ao mais, Desleixo absoluto e Aleixo é que tinha razão;

“Sem que o discurso eu pedisse,
Ele falou; e eu escutei,
Gostei do que ele não disse;
Do que disse não gostei”.

Não que seja coisa que me aborreça muito, mas se a minha voz valesse para ser escutada, eu pediria aos encarregados de vigiar em Portugal a instrução escolar dos inúmeros “escritores” que usam o Facebook para “botar discurso”, que os reunissem numa espécie de permanente congresso de higienização da língua de Camões.
Mas teria de ser congresso onde, a par do ensino gramatical e do vero culto às letras portuguesas, marchasse ainda o desenvolvimento do espírito aberto de modo a que não mais se rebaixasse o nível intelectual a um extremo tão agoniante.
E, já que estou nesta, não tendo no entanto a exposição que antes fiz muito que a ligue intrinsecamente ao que a seguir direi, embora também não concorra em nada para nobilitar os lusos escreventes, pediria ainda o seguinte; era que acabassem com essa degeneração linguística, de perversões inexplicáveis, que se chama “Acordo Burrográfico de 1990”.
Há quem lhe chame antes acordo ortográfico (AO 90), mas de acordo tem tanto quanto eu tenho de cientista de marmelos. E, de grafia, diria que também tem tanto, mas tanto de bom, que o melhor seria riscá-la já da tolerância pública!




Mário Rui
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